sábado, 30 de outubro de 2010

Os Sete de Ouros - Impacto - 1964



* Vou escrever mais tarde sobre esse disco e esses grandes músicos.


Músicos
José Marinho (piano, arranjo)
Maestro Cipó (sax tenor, arranjo)
K-Ximbinho (sax alto, arranjo)
Gennaldo (sax baritono)
Ed. Maciel (trombone)
Julinho (piston, arranjo)
Papão (bateria)
Vidal (baixo)
Myrzo Barroso (vocal - 10)


Músicas
01 - West Samba (Orlando Costa ''Maestro Cipó'')
02 - O Amor Que Acabou (Chico Feitosa / Luis Fernando Freire)
03 - Todo Dia É Dia de Chorar (Romeo Nunes / Carlito)
04 - O Morro Não Tem Vez (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
05 - Vagamente (Roberto Menescal / Ronaldo Bôscoli)
06 - Vou de Samba Com Você (João Mello)
07 - Só Balanço (Julinho)
08 - Samba Day (Maciel)
09 - Jambete (Hélton Menezes)
10 - Meu Pranto (Baden Powell / Mário Telles) com Myrzo Barroso
11 - Serenata Africana (K-Ximbinho)
12 - Balanço do Coração (José Marinho)

Conforme prometido, o que descobri da turma é o seguinte:

Julinho (Júlio Barbosa)
Um dos grandes trompetistas brasileiros, e são muitos, além de compositor e arranjador. Tocou na Orquestra do Maestro Cipó, Peruzzi e Severino Araújo. Parece que os maiores músicos do Brasil passaram pela Orquestra Tabajaras. Aliás, Julinho fez muitos arranjos para a Tabajaras no período de gravações e concertos na antiga TV Rio, no Posto 6, no Rio de Janeiro. No local hoje é um hotel de luxo. Foi nesta época que ele ficou conhecido como Julinho do Trompete.

Dois discos de Julinho: “O som do Julinho” e “100% Bossa”. Os músicos que tocam nesses discos são nada menos que Dom Salvador (piano), Oberdan Magalhães (sax), Robertinho Silva (bateria), Neco (guitarra) e Luiz Carlos (baixo).

Na Alemanha integrou a big-band do maestro Max Greger, considerada uma das melhores da Europa. Depois formou sua própria banda e se estabeleceu em Munique.

Em 1999 lançou o disco “Embalo” com seu grupo Embalo (Mamão – bateria, Hermeto Pascoal – teclados, Don Chacal – percussão e Paulo Russo – baixo)

Em 2005 formou o grupo “Julio Barbosa Septeto” (Fernando Merlino - teclados, Daniel Garcia - sax e flautas, Bruno Migliari - baixo, Pascoal Meireles - bateria, Altair Martins - trompete e Jonson Nogueira - trombone). Tá na pista.

Maestro Cipó (Orlando Silva de Oliveira Costa)
Instrumentista, arranjador, compositor e maestro. E gente boa.
Nasceu em Itapira, SP em 1922 e faleceu no Rio em 1992.

Cipó foi um dos grandes arranjadores e orquestrador brasileiro dos anos 60 e 70, reconhecido internacionalmente. Na Inglaterra lançou vários discos de bossa nova. Trabalhou por muitos anos na televisão como diretor musical, criando trilhas, orquestração e arranjos para diversos artistas. Cipó foi adotado por uma família inglesa e ganhou esse apelido por ser muito bagunceiro e magricela. Era chamado de Orlando Cipó.

As primeiras menções ao trabalho de Cipó como arranjador datam do início da década de 1950, quando escreveu arranjos para o programa “Batida de Samba”, da Rádio Tupi.

Cipó começou na carreira na Rádio Tupi. Chegou a ser diretor musical da extinta TV Tupi. Trabalhou também na Rede Globo como maestro e arranjador. Formou a Orquestra do Maestro Cipó, que ficou mais de 20 anos na pista. Sempre com arranjo voltado para a autêntica música brasileira. Com muito balanço e sofisticação. Um bom exemplo é o arranjo para a música Berimbau de Baden e Vinícius. Um naipe de metais brincando com as variações da Capoeira. Vale conferir.

Cipó tocou muito na Europa e Estados Unidos com sua orquestra. Lançou aqueles discos tipo exportação muito comuns na época de divulgação da música brasileira pré e pós Bossa Nova. Mas não me lembro de ter feito concessões. Era música brasileira com arranjo brasileiro ou nada. Um bom disco dessa fase é o Cipó and His Authentic Rhithm Group – Brazilian Beat – (1965). Tem outro também de 1964 – A Fantástica Orquestra de Stúdio de Cipó. Só não gostei do Stúdio. Poderia ser Estúdio mesmo. Taí uma bobeira que talvez Cipó não tenha gostado.

Cipó fez arranjos e acompanhou muitos cantores famosos e em início de carreira. Um bom exemplo do estilo Cipó é o disco de estréia de Bethânia (1965). Cipó é o autor de maioria dos arranjos, e ainda participa com seu saxofone em diversas faixas. Se fosse americano seria um Nelson Riddle, que se celebrizou por fazer o acompanhamento de cantores famosos.

K-Ximbinho (Sebastião de Barros)
Foi um dos grandes arranjadores do Brasil, embora não seja tão badalado como Moacir Santos e Deodato, que tiveram suas carreiras reconhecidas no EUA. Foi um músico muito importante para o desenvolvimento do arranjo moderno no Brasil. Introduziu a trompa, o violoncelo e o oboé no Choro brasileiro. Começou tocando clarinete na infância e depois passou para o sax, ganhando assim o apelido de K-Ximbinho. Aos 21 anos já era membro da Orquestra Tabajaras do exigente Severino Araújo. Embora fosse também grande compositor foi como arranjador que ele se destacou. O número de orquestras para os quais fez arranjos é um absurdo. Entre elas estão: Tabajaras, Odeon, Polydor e TV Globo. Faleceu em 1980. Só lembrado por músicos e amigos. Se fosse americano seria um monstro consagrado. Triste Brasil.

Papão – (não sei qual o nome verdadeiro dele)
Tocou no disco Meus Caros Amigos do Chico Buarque de Holanda na música “Olhos nos Olhos”. Tocou com Jorginho do Império no disco “Viva Meu Samba", tocou com os Sete de Ouros e muito mais. Vou me lembrando aos poucos. É pouca informação para um músico desse quilate. Papão também tocou no LP de Walmir Lima de 1980.

Papão sempre esteve cercado de grandes músicos: Dino (violão de 7 cordas), Neco (cavaco), Aldo (baixo), Freitas (violão), Jorginho (flauta), Netinho (sax e clarinete), Edi Maciel (trombone), Hélio Capucci (viola de 12 cordas) e Chiquinho (acordeon). Quem tem discos de samba dessa época certamente encontrará esta turma. No ritmo um time de primeira: Ubirani, Almir Guinetto, Bolão, Pirulito, Juca (já falecido, tocava surdo no grupo da Beth Carvalho) e Pesão entre outras feras.

No Google não tem muita coisa. Procure por Papão (bateria), Gennaldo (sax barítono), Vidal (baixo). Vai cair nesses discos, e fim de papo. Se for procurar por José Marinho, grande pianista e arranjador, aí ... Volto já.

Gennaldo – Gennaldo Medeiros dos Santos
Tocou na Orquestra Tabajaras de Severino Araújo nos anos 50 e fez outros bicos por aí. Lógico que ele é muito rodado.

Em 1960 tocou no disco “Os Sax Sambistas Brasileiros”. Olha só a turma: Jayme Araujo de Oliveira, Laerte Gomes, Giuseppe Sergi, Jorge Ferreira da Silva (sax alto), Moacir Marques da Silva, Zé Bodega (José Araujo de Oliveira), Juarez Assiz de Araujo, Lourival Clementino de Souza (sax tenor), Aderbal Moreira, Genaldo Medeiros dos Santos (sax barítono), José Claudio das Neves (vibrafone), Tião Marinho (Sebastião Marinho) (contra baixo), Waltel Branco (guitarra), Plínio Araujo de Oliveira (bateria), Milton Marçal, Alcebíades Barcelos ("Bide"), Pedro Melo dos Santos (percussão).

Estou procurando mais informação sobre ele. Se alguém souber, é só avisar que eu coloco aqui.

A finalidade do blog é essa mesmo. Preservar a memória da boa música brasileira. Conto com a ajuda de todos. Nada aqui é exclusivo, só meu. É de todos que me ajudam na pesquisa e de todos que lêem e dão palpite.

Vidal (também não sei o seu nome)
A primeira vez que ouvi falar de Vidal foi no disco “Na batida do samba - Risadinha com Orquestra de Vadico”. Risadinha (Francisco Ferraz Netto) e a orquestra de Vadico era: Coruja, Walter e Monteiro saxes, Canuto e Laerte no trompete, Meirelles na flauta, Raul de Barros e Capilé no trombone, Vivi e João Batista na clarineta, Maestro Chiquinho no acordeon, Menezes na guitarra, Vidal no baixo, Trinca e Dom Um Romão na bateria e Mestre Bide e Sebastião na percussão. Já sentiu o nível da turma. Isso aí é antes da Bossa.

Aparece também com a Orquestra de Radames Gnattali – 1954, que era: Radamés Gnattali no piano, Chiquinho no acordeon, Zé Menezes na guitarra, Vidal no baixo e Luciano Perrone na bateria.

Myrzo Barroso
Cantor de técnica apurada gravou apenas um disco solo em 1965. Vou disponibilizar aqui. Participou como cantor em outros discos. Um deles é este aí com o Conjunto 7 de Ouros de 1966. No Youtube você encontra vídeo dele cantando com Elis Regina músicas de Cole Poter - George Gershwin. Sinceramente não sei por onde anda, nem se ainda está vivo.

Ed Maciel (Edmundo Maciel Palmeira)
Músico, arranjador, compositor e maestro.
Edmundo Maciel nasceu numa família de trombonistas. Seu pai e seus irmãos tocaram trombone, sendo que Edson (conhecido no Beco das Garras como Maciel Maluco), também seguiu carreira. Os irmãos chegaram a tocar juntos em alguns grupos.
Ed Maciel teve formação erudita. Chegou a tocar na Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal. Tocou em orquestras de baile, muito comum nos idos de 50 e 60. Excursionou com essas orquestras por um tempo, depois formou seu próprio grupo os “Cariocas Serenaders” (Júlio Barbosa – piston, Moacir Marques da Silva - sax tenor, Paulinho Magalhães – bateria, Paulo Moura – clarinete, Chaim Lewak – piano e Aderbal Moreira – sax barítono. Depois formou o Conjunto 7 de Ouros.

Em 1966 formou a Edson Maciel e Sua Orquestra. Lançou 11 discos de baile.

Além dessas funções, ainda tinha tempo para participar de outros grupos, como: Os Gatos, de Eumir Deodato e Durval Ferreira, Os Cobras de Moacyr Silva e Waltel Branco, etc. Também fez arranjos e participou de discos de estúdios da nata da MPB.

Tudo isso ao mesmo tempo, junto. Haja fôlego.

* Esse disco acho que não saiu em CD.


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sérgio Mendes e Bossa Rio - Você Ainda Não Ouviu Nada - 1963

Músicos
Sérgio Mendes (piano, arranjo)
Edison Machado (bateria)
Tião Neto (baixo)
Aurino Ferreira (sax tenor)
Edson Maciel (trombone de vara)
Raul de Souza (trombone de válvula)
Hector Costita (sax tenor)
*Tom Jobim (arranjo)

Músicas
01 - Ela é carioca (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
02 - O amor em paz (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
03 - Coisa nº 2 (Moacir Santos)
04 - Desafinado (Newtom Mendonça e Tom Jobim)
05 - Primitivo (Sérgio Mendes)
06 - Nanã (Moacir Santos)
07 - Corcovado (Tom Jobim)
08 - Nôa... Nôa... (Sérgio Mendes)
09 - Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
10 - Neurótico (J.T. Meirelles)

Rio de Janeiro, início da década de 60. Copacabana e suas casas noturnas, os clubes de jazz e suas jam sessions. O Beco das Garrafas, lugar onde se tocava e criava música - a música brasileira em transformação. A Bossa Nova a conquistar o mundo. Este foi o cenário em meio ao qual surgiram infinidades de trios, quartetos, quintetos, sextetos e, entre eles, o time de músicos brilhantes liderados por Sérgio Mendes: o Sexteto Bossa Rio. A primeira formação apresentou-se no Festival de Bossa Nova realizado em novembro de 1962, em Nova York no Carnegie Hall, com Pedro Paulo (trompete), Paulo Moura (sax), Durval Ferreira (guitarra), dom Um Romão (bateria) e Octávio Bailly (baixo). O conjunto impressionou o saxofonista norte-americano Cannoball Adderrley, que os convidou a gravar o disco Cannoball's Bossa Nova naquele mesmo ano. (texto do CD)

Em 1963, já de volta ao Brasil, Sérgio Mendes reuniu-se a Tião Neto, Edison Machado, Raul de Souza, Edson Maciel e Hector Costita, e gravou esse histórico LP.

Tenho muito para falar deste grande disco. Por enquanto vão curtindo essa paulada aí.
Antes de mais nada vou falar um pouco da turma:

Sérgio Mendes – nasceu em Niterói - RJ - 1941. Começou no piano clássico e se apaixonou pelo jazz como muitos outros garotos da época. Seu primeiro LP foi “ Dance Moderno” (vai sair aqui, mais tarde) com Tião Neto e Victor Manga (também tenho que falar dele). Com a morte do baterista Victor Manga, chamou Edson Machado pra bateria e Tião Neto (baixo) e foram para os EUA. Embora não seja um pianista virtuose como Luizinho Eça, sempre foi um grande empresário e farejador de sucesso. Sejamos honestos: toca bem e faz uns arranjos originais.

Tião Neto – também de Niterói – foi ele que levou Sérgio Mendes pro Beco das Garrafas no Rio de Janeiro (reduto da Bossa Instrumental). Fundou o “Bossa Três” com Luiz Carlos Vinhas e Edson Machado. Olha que time. Tião Neto é aquele baixo que se ouve no famoso disco “Stan Getz e João Gilberto”. Em 1993 lançou seu único disco solo “Carrossel” (ninguém conhece, ninguém ouviu). Tocou com todo mundo, tanto em estúdio como ao vivo. Mas a vida de baixista é ingrata, nunca é o centro das atenções. Faleceu em 2001, quase esquecido.

Edison Machado – queria tocar piano, mas acabou na bateria. Acho que foi um bom negócio. Foi o inventor da Hard Bossa, ou seja, samba no prato e a batida nos aros da caixa. Tocava nas gafieiras dos subúrbios cariocas e caiu também no Beco das Garrafas. Lançou em 1963 “Edson Machado é Samba Novo”. Grande disco (já rolou por aqui). Integrou o Rio 65 Trio e o Bossa Três. Foi para os EUA e tocou com todo mundo. Em 70 foi para Europa e tocou com Chet Baker e Ron Carter. Eu pagaria tudo pra ver esse trio. Faleceu em 1990, depois de voltar ao Brasil e fazer uma apresentação histórica na antiga boate People, no Leblon. Depois falo sobre essa apresentação.

Raul de Souza – Raulzinho pros mais chegados. O cara começou tocando Tuba, passando por outros instrumentos até chegar ao trombone. Trombone de válvula, que fique aqui a observação. Assim como Edson Machado, entre outros, sua grande escola foi as gafieiras do Rio. Em algum momento ainda vou falar sobre essas gafieiras do Rio da década de 50 e 60. Eram muitas. Em 1965 lançou o grande disco “A Vontade Mesmo”. Neste disco todo mundo deita e rola na harmonia, a vontade mesmo, como diz o nome do disco. Também já coloquei na pista. Em 70 foi morar nos EUA, mais um, a convite de Airton Moreira. Aí tocou com Sonny Rollins, George Duke, Chick Corea e o que viesse. Foi considerado, na época, um dos melhores do mundo em seu instrumento. Para quem tinha começado com a Tuba... Sinceramente, não é minha especialidade, mas o que o cara toca é assustador.

Edson Maciel – mineiro de BH. Aos 15 anos já estava tocando em orquestras de baile e rádio (olha outro prodígio aí). Aos 25 anos já excursionava com Ary Barroso. Foi um dos pioneiros do Beco das Garrafas, apresentando-se com Leny Andrade e Johnny Alfy. Era conhecido como Maluco Maciel para diferenciar do outro Maciel. Foi um dos maiores trombones do Brasil. Que o digam João Donato, João Gilberto e Milton Banana. Os solos do cara deixavam Quincy Jones de boca aberta. Era só improviso pauleira. Infelizmente faleceu em 1992.

Hector Costita – argentino. Começou aos 13 e já com 18 anos tocava numa big band de Lalo Schifrin. Veio para o Brasil em 1959 e conheceu um maluco chamado João Donato. Formaram um trio. No Brasil tocou e gravou com muita gente. Participou de diversos grupos. Sempre com uma sonoridade melódica e sofisticada. Foi para a Europa no começo da década de 70. Sempre apaixonado pela música brasileira. Taí um argentino gente boa. Na década de 90 foi pra São Paulo e se tornou professor do Conservatório de Música de Tatuí. Onde está? Não sei. Vou pesquisar.

Aurino Ferreira – bahiano de Feira de Santana – Também começou a tocar em bailes, pra variar. Deixou o curso de odontologia, Graças a Deus, e pegou o sax tenor. Foi músico da Rádio e TV Tupi e freqüentador assíduo das jams do Beco das Garrafas no final dos anos 50. Formou o Quinteto Jazz e Bossa com o ainda garoto Sérgio Mendes. Formaram o Bossa Rio. Depois de gravar com todo mundo, foi tocar com Roberto Carlos. Acho que ainda está lá. Vou conferir.

O que se ouve neste disco não é comercial e está longe de ser alienado. Ao contrário, acrescentou ao lirismo da já velhinha Bossa Nova uma nova estruturação harmônica, densa, com um embalo contagiante e sensual. Sem sombra de dúvida, é outro momento da história da Bossa.

*Sobre Sérgio Mendes vou falando aos poucos.

* Esse disco já foi lançado em CD. Procurar nas melhores lojas do ramo. Saraiva, Americanas. Até no Mercado Livre. Vou tirar daqui. Mas você também encontra no google procurando por Sergio_Mendes_Bossa_Rio_1963 


Bom som pra vocês.

domingo, 17 de outubro de 2010

Os Biribaboys - Biribalanco - 1965


Músicos
Wilson Benedetti (sax tenor, clarinete)
J. B. Alves (pistom)
Sidney Jacobino (guitarra)
Domingos Machado (órgão)
Tiao Santos (baixo)
Fernando Costa (bateria)
Olavo Batista (vocal)
Roberto Friggi (percussão)
Jurandir Pereira (percussão)

Músicas
01 - Samba de Verão (Marcos Valle / Paulo Sergio Valle)
02 - O Morro Não Tem Vez (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
03 - Ela É Carioca (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
04 - Quitessência (J. T. Meirelles)
05 - Sambach (Domingos Machado)
06 - The Blues Walk (C. Brow)
07 - Consolação (Vinicius de Moraes / Baden Powell)
08 - Don't Blame Me (J. Mc Hugh / D. Fields)
09 - Ainda Mais Lindo (Marcos Valle / Paulo Sergio Valle)
10 - Biribalanço (Wilson Benedetti)

Banda criada pelo grande pianista e arranjador Sérgio Weiss (Sérgio Adelchi Bonádio Weiss - neste disco ele é apenas o supervisor) lá pelos anos 50. Era uma banda de baile (animou mais de 6 mil), como rolava muito nessa época. Ainda não havia os tais DJ´s. Era tudo na paleta, bateria, teclado e no gogó. Tudo ao vivo. Era festa de formatura, 15 anos, sábados e domingueiras. A galera curtia só ao vivo. Tenho saudades dessa época. Daí surgiu Os Biriba Boys. O nome é dedicado ao cachorro Biriba, mascote do Botafogo. Só não me pergunte como surgiu o nome, embora a banda seja paulista (São José dos Campos). Poderia ter um mascote do Palmeiras que arrebentava nessa época. Bom, isso é outra história.

Os músicos no palco tocando só sucesso: mambos, chá-chá-chás, boleros, sambas e até rock'n'roll, e os casais dançando "dois-pra-lá, dois-pra-cá”, de rostinho colado. Nas décadas de 50 e 60 era isso que nos dava tesão. Antes do primeiro acorde já estávamos apaixonados.

Esse disco eles dedicaram a Bossa Nova, isto é o que interessa. Som na caixa.
Eles gravaram outros discos. Depois eu ponho na pista.
Estou impressionado como tem informação sobre Os Biriba Boys na Internet. Conferindo...

* Esse disco não saiu em CD. Por enquanto você acha no google procurando por Os_Biribaboys_Biribalanco_1965.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

J.T. Meirelles - Fotos de 1963 e 1964


Aponte para imagem para ampliar.

J.T. Meirelles e os Copa 5 - O Som - 1964
















Músicos
J.T. Meirelles (sax e flauta)
Manoel Gusmão (baixo)
Pedro Paulo (trompete)
Luiz Carlos Vinhas (piano)
Dom Um Romão (bateria)

* As 3 faixas bônus (O Novo Som, Solo e Serelepe) são do disco de 1965 "O Novo Som” de Meirelles e os Copa 5, só que com outra formação:

J.T. Meirelles (sax e flauta)
Manoel Gusmão (baixo)
Roberto Menescal (violão)
Waltel branco (guitarra)
Eumir Deodato (piano)
Edson Machado (bateria)

Músicas
01 – Quintessência
02 – Solitude
03 – Blue Bottle´s
04 – Nordeste
05 – Comtemplação
06 – Tânia
07 – O Novo Som
08 – Solo
09 – Serelepe

* Todas as músicas são de Meirelles.
O site http://www.meirelleseoscopa5.cjb.net/ tem muita informação sobre Meirrelles, inclusive partituras para quem queira se aventurar.

* Esse disco já saiu em CD. Procurar nas melhores lojas do ramo.



domingo, 10 de outubro de 2010

Quintessência - J.T. Meirelles

Grupo paulista formado por Daniel Nogueira (sax) e Vinicius Pereira (baixo) presta homenagem ao grande músico com Quintessência, música de J.T. Meirelles.

João And His Bossa Kings - Cool Samba - 1962


Músicos
JT Meirelles (sax e flauta)
Silvio Lopez (trumpete)
Antonio Oliveira (piano)
Manoel Gusmão (baixo)
Jayme Storino (bateria)
Amauri Rodrigues (percussão)

Músicas
01 - Só danço samba (Tom Jobim)
02 - Samba sem nome (Fred Marshall)
03 - Se teus olhos falassem (Jose Domingos)
04 - Batucada ( Luiz Bonfá)
05 - Conselho a quem quiser (Silvio Cezar)
06 - Solução (Ivo e Raul Santis)
07 - Carnival Medley - Eu agora sou feliz (Cosata e Bispo), Piri Piri ( Ivo Santos e Nato)
08 - Gostoso é sambar (João Mello)
09 - Nação Nagô (Capiba)
10 - Samba Toff (Orlandivo)
11 - Essa nega sem sandália (Caco Velho)
12 - Ilha do amor (Fred Marshall)
13 - Ritmos carnavalescos improvisados (Fred Marshall)

J.T. Meirelles (João Theodoro Meirelles)

Neste disco João And His Bossa Kings “Cool Samba” de 1962, Meirelles só tinha 22 anos e já era essa fera. Se não me engano é o único disco dele com o nome João. É um disco para o mercado americano. É pouco conhecido no Brasil.

Meirelles começou a tocar aos 8 anos e com 17 já era o saxofonista preferido de João Donato. Estudou composição e arranjo na Berklee School of Music (Boston, Massachusetts).

Em 1963 formou o grupo Copa 5 com Manuel Gusmão (baixo), Luiz Carlos Vinhas (piano), Dom Um Romão (bateria) e Pedro Paulo (baixo) e caíram na noite do Bottle's Bar do Beco das Garrafas (RJ). O Copa 5 é o grupo responsável pelo som incrível na gravação original de "Mais Que Nada" de Jorge Ben (Benjor). O início de carreira de Jorge Ben se deve muito aos arranjos de Meirelles. No disco de Jorge Ben “Samba Esquema Novo”, além do som dos Copa 5, os arranjos são de Meirelles.

Entre 1965 e 1967 escreveu diversos arranjos para diferentes edições do histórico Festival Internacional da Canção da TV Globo. Em 1966 participou do Berlin Jazz Festival, com Edu Lobo, Rosinha de Valença, Dom Salvador Trio e Sérgio Barroso. Tem um filme desta apresentação no blog (veja Edu Lobo).

Lançou, em 1965, o LP "O Novo Som", com nova formação do Copa 5 integrada por Roberto Menescal (violão), Waltel Branco (guitarra), Edson Machado (bateria), Eumir Deodato (piano) e Manoel Gusmão (contrabaixo). Olha o Waltel Branco aí de novo. É aquele do disco "Mancini Também é Samba", onde Meirelles toca Sax Alto e Sax Tenor. No disco aí de cima Eumir Deodato só tinha 23 anos.

Nesta mesma época participou do conjunto Os Cobras, com o qual lançou o álbum “O LP” (1964), e do conjunto Os Gatos (dividindo os arranjos com Durval Ferreira), com o qual lançou os LPs “Os Gatos” (1964) e “Aquele Som dos Gatos” (1966). Mais tarde vou disponibilizar esses discos aqui. São grandes discos.

No início dos anos 70 viveu durante três anos no exterior (França, Suécia e Monte Carlo), integrando várias orquestras. Apresentou-se no Mikonos Jazz Club, como integrante do grupo Stress com Márcio Montarroyos, Laércio de Freitas, Luizão Maia e Pascoal Meirelles.Em 1980, participou, como arranjador, do Festival da Canção da TV Tupi. Em 1982 atuou no MPB Shell da TV Globo.

Como instrumentista, arranjador ou maestro, no Brasil, tocou com quase toda a MPB. Formou alguns dos melhores sopros do Brasil como Mauro Senise, Cacau, Raul Mascarenhas, Zé Nogueira e Nilson Matta e muitos outros.

Nos anos 90, meio desiludido, ficou fora de apresentações. Se dedicou a programação musical computadorizada, edição gráfica, impressão musical e arranjos midi. Acho que nem tinha mais instrumento. Era visto nas bancas de disco usado da Pedro Lessa, famoso sebo, ao lado da Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro. Foi então que os freqüentadores e donos de barraca fizeram uma ”rachucha” e compraram um sax novo para ele. A partir de então, com esse renascimento, passou a tocar na loja de discos Modern Sound em Copacabana. A sua presença levou muita gente boa que estava esquecida a voltar a se apresentar. A Modern Sound acabou se tornando um grande centro irradiador da boa música no Rio de Janeiro, se não me engano, graças a volta deste excepcional músico J.T. Meirelles. Infelizmente faleceu em 2008.
O arquivo abaixo aparece 1966, mas na realidade é de 1962.

* Esse disco acho que não saiu no Brasil em CD. Procurar no google por Joao_His_Bossa_Kings_1966

domingo, 3 de outubro de 2010

Bola Sete - Diversos


Bola Sete - Bossa Nova - 1962

Músicos
Bola Sete (violão)
Tião Neto (Baixo)
Chico Batera (bateria)

Músicas
01 - Tô de sinuca (Bola Sete)
02 - Meu Mundo Diferente (Konrad - Bola Sete)
03 - Dilema (O. Guilherme - Jacques)
04 - Piteuzinho (Bola Sete)
05 - Se Acaso Voce Chegasse (Lupcinio Rodrigues)
06 - Samba do Perrotoquei (Djalma Ferreira)
07 - Manha de Carnaval (Antonio Maria - Luiz Bonfa)
08 - Muita Bossa Brasileira (Bola Sete)
09 - Por Causa de Voce (Dolores Duran - Tom Jobim)
10 - Cingandinho (Bola Sete)
11 - Agora é Cinzas (Marcal - Bide)
12 - Sem Voce (Konrad - Bola Sete)

Bola Sete, Djalma Andrade, nasceu em 12 de julho de 1923 no Rio de Janeiro e faleceu em 13 de fevereiro de 1987. Santana, ao receber um de seus primeiros "Grammy", afirmara que uma de suas grandes influências tinha sido Bola Sete. A partir daí ele retornou ao centro do sucesso mundial. Todos queriam saber quem era Bola sete. Este não é seu melhor disco. Depois apresento outros.

Muitos músicos brasileiros em diferentes épocas, por diversos motivos, foram tentar a sorte nos Estados Unidos. No final dos anos 40 e início dos 50 foram Carmem Miranda, Bando da Lua e Ary Barroso. Mais ou menos por ordem de chegada: Laurindo de Almeida, Luiz Bonfá, Bola Sete, os instrumentistas Moacir Santos, Eumir Deodato, Sérgio Mendes, Oscar Castro Neves, Airto Moreira, João Gilberto, Tom Jobim, e muitos outros. Alguns passaram um tempo e depois ficaram na ponte-aérea, como foi o caso de João Gilberto e Tom Jobim. Embora tenham se tornado ícones nos EUA, nem todos tiveram reconhecimento no Brasil. Bola Sete ficou por lá tocando com cobras do Jazz e ficou esquecido no Brasil.

Em 1954 formou uma orquestra que correu América Latina e Espanha. Mudou-se para os Estados Unidos em 1959. A partir de 1960, Bolsa Sete começou a tocar com todo mundo. A partir daí, ninguém mais segurou Bola Sete. Em 1962, participou do Festival de Monterey, na Califórnia, E.U.A., como integrante do conjunto de Dizzie Gillespie. Esteve na Noite da Bossa Nova, no Carnegie Hall. Montou seu trio com os impecáveis Tião Neto no baixo, e Chico Batera na percussão.

Deixou dez LPs gravados nos Estados Unidos, o mais procurado dos quais, com Vince Guaraldi. Ao lado de Oscar Aleman e Paquito D´ Rivera, Bola Sete foi um dos criadores do jazz latino, unindo a sofisticação harmônica do jazz com a improvisação do choro, da bossa e dos ritmos caribenhos.

Bola Sete tem um site oficial onde se pode obter muita informação http://www.bolasete.com/


sábado, 2 de outubro de 2010

Edgar Gianulo - Jazz Brasil - 1990 - TV Cultura SP



Programa Jazz Brasil, da TV Cultura (SP), 1990, apresentado pelo Zuza Homem de Mello, estrelando o grande Maurício Einhorn, na gaita de boca, acompanhado por Edgard Gianulo (guitarra), Arismar do Espírito Santo (Baixo) e Roberto Sion (sax).

Edgard Gianullo - O Assunto é Edgard - 1964


Músicos
Edgar Gianullo (guitarra)
Arrudinha (bateria)
Capacete, Azeitona (baixo)
Bolao (sax)
Maguinho (piston)
Caçulinha (vibrafone)


Músicas
01 - Balanco Zona Sul (Tito Madi)
02 - Incerteza (Tasso Bangel)
03 - Rio (Roberto Menescal / Ronaldo Boscoli)
04 - Lamentos do Morro (Garoto)
05 - Nana (Moacir Santos / Mario Telles)
06 - Corcovado (Antonio Carlos Jobim)
07 - Deus Brasileiro (Marcos Valle / Paulo Sergio Valle)
08 - Favela (Heckel Tavares / Joracy Camargo)
09 - Amanha (Walter Santos)
10 - Primo (Edgar)
11 - Ela e Carioca (Antonio Carlos Jobim / Vinicius de Moraes)
12 - Eco em Fuga (Ely Arcoverde)

Músicos e publicitário Edgar Gianullo é o recordista brasileiro de gravação de comerciais. (jingle). Também é humorista (trabalhou na Família Trapo) e um músico de primeira qualidade, tendo liderado vários conjuntos com clara influência do jazz e da Bossa Nova. O mais recente dos quais o Quatro por Quatro. Participou da orquestra de Simonetti e acompanhou inúmeros cantores da MPB.

Agora o que mais me impressiona é que um músico como Edgard Gianullo não conste no dicionário Cravo Albin.