quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sambossa 5 - Zero Hora - 1966

Músicos
Luis Mello (piano)
Kuntz Naegele (sax alto)
Turquinho (José Rezalla) - (bateria)
Humberto Klayber (baixo)
Buda (Dorival Auriani) - (piston)
Maguinho (Mágno D´Alcântara) - (piston)

Músicas
01 - Zero Hora (Adilson Godoy)
02 - O Bolo (Walter Santos / Tereza Souza)
03 - Deixa Pra Lá (Sergio Augusto e Luis Fernando Freire)
04 - O Morro Não Tem Vez (Tom Jobim e Vinicius de Moraes)
05 - Inaê (Vera Brasil e Maricene Costa)
06 - Tarde Quente (Ciro Pereira e Mário Albanese)
07 - Caô Xangô (Johnny Alf)
08 - Nuvens (Durval Ferreira e Maurício Einhorn)
09 - Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso)
10 - Samba de Negro (Roberto Corrêa e Sylvio Son)
11 - Sonho de Carnaval (Chico Buarque)
12 - Dreamsville (Evans , Jay Livingston e H. Mancini)

Luiz Mello
Nasceu em Monte Alto, São Paulo, em 18 de maio de 1937. Foi aluno do maestro Maezzano em Jaboticabal (SP) e de Moacir Santos no Rio de Janeiro.

Participou da efervescência da música nos anos 60 em São Paulo, tocando em diversos bares e restaurantes da cidade. Era música o dia todo, no almoço, no Hotel Normandie, até altas horas da madrugada no Baiúca, João Sebastião Bar, CAMJA (Clube dos Amigos do Jazz), etc.

Atuou na TV Tupi com a Orquestra Tupi. Nesta emissora participou dos programas de Edu Lobo, Dick Farney, entre outros. Atuou na TV Cultura no programa Ensaio.

Trabalhou com diversos músicos brasileiros, como Hermerto Paschoal, Edson Machado, Milton Banana, Airto Moreira, Nico Assunção, Edgard Gianulo, Roberto Sion, Paulinho Braga, Raul de Souza, Casé, Hector Costita, Heraldo do Monte e muitos outros.

Como músicos estrangeiros, também foi uma série deles: Ray Brown, Jim Hall, Herbie Man, Roy Eldrige, Jo Jones, Jimmy Cobb, Dave Bailley, Sam Most e muito mais.

Acompanhou Elis Regina (Fino da Bossa, no teatro Paramount), Edu Lobo, Dick Farney, Dorival Caymmi, Dolores Duran, Simonal, Agostinho dos Santos, Simone, Peri Ribeiro, Aracy de Almeida, etc. Internacionais foram: Carmen Mac Era, Chris Connors, Fredy Cole, Lucho Gatica, Dave Gordon, etc.

Um músico sempre muito requisitado, com uma técnica invejável. Lançou dois discos com o Sambossa, esse aqui é o segundo. Participou de outras formações. Impressionante como um músico desse quilate não ter uma consagração neste país.

O que é mais impressionante é que ele era Delegado de Polícia. Como arrumava tempo para tudo isso eu não sei. E como conseguia conciliar duas atividades tão antagônicas; a sensibilidade da música e a dureza da polícia. Lembrando que o Brasil estava em plena ditadura e um delegado de polícia devia ter muito o trabalho nessa época.

Outras informações no site http://www.myspace.com/luiz.mello

Buda (Dorival Auriani)
Nasceu em São Paulo (SP) em 15 de janeiro de 1929. Seu pai fundou a Corporação Musical da Lapa (SP) onde Buda, com 7 anos começou a tocar. Fica na Rua Trajano, que funciona até hoje.

No Liceu Coração de Jesus, enquanto fazia curso gráfico, começou a aprender música com o maestro Gozzolin, regente da Banda do Juizado de Menores. De 12 aos 17 estudou com diversos músicos e pouco a pouco foi participando de bandas e orquestras, como as de Orlando Ferri e do maestro Santoro.

Seu irmão Geraldo Auriani (Felpudo do Trombone), quando este completou 20 anos, o levou para a Rádio Cultura. Nesta época comprou o seu primeiro Piston, um Selmer francês.

Nessa época o que havia para fazer era tocar na folga dos músicos. Tocava na Praça da Sé, nas Boates Oásis, Esplanada, Cuba, Salão Verde, Tropical, Avenida Danças e no “45” (um clube que ficava na Florêncio de Abreu e era freqüentado exclusivamente por negros). Hoje isso não teria a mínima importância.

Na década de 1950 tocou na orquestra de Walter Guilherme e em boates. Aliás, como todos os músicos da época. Era uma atrás da outra, o rodízio da noite. Tocaram na Orquestra de Sílvio Mazzuca, Simonetti e Dick Farney. Dick já teve orquestra. Isso foi no final dos anos 50 e início dos 60.

Tocou com os Os Sincopados (1964), Sambossa (1966), Octeto de César Camargo Mariano (1966), disco Show em Simonal (1967), Módulo 7 (1969). Em 1971, tocou com a orquestra de Portinho.

Em 1974 foi para a Big Band de Nelson Ayres.

Em 1978, participou do disco das Frenéticas “Caia na Gandaia”. No mesmo ano participou do disco de Eduardo Gudin “Coração Marginal”.

Nos anos 80 tocou com Nancy Wilson, Four Tops, Ray Connif, Tony Bennet, Burt Bacharach, Johnny Mathis e outros que circulavam por aqui. É curioso um músico brasileiro participar de uma dessas bandas. Geralmente essa turma costuma ser acompanhada do que há de melhor, principalmente em metais. Pode acontecer do cantor não ser tão bom, você não gostar do estilo, mas geralmente a banda é boa. Americano não dá esse mole. E nos anos 80 o Brasil não estava com essa bola toda, a fase áurea da Bossa Nova já havia passado, nossos melhores músicos estavam trabalhando lá fora. Tenho que pesquisar isso com calma.

Em 1983 tocou com Milton Nascimento no “Ao Vivo”. No mesmo ano acompanhou o grupo Premeditando o Breque no disco “Quase Lindo”. Boa banda de Sampa.

Em 1984 tocou com Eduardo Gudin no disco “Ensaio do Dia”.

Em 1985, participou do LP "Entre amigos" da gravadora Pointer que contou com participação especial de diversos artistas.

Nos anos 1990, retornou à Orquestra Sílvio Mazzuca. De 1990 a 2010 não sei por onde andou. Trabalhou na Ordem dos Músicos, com certeza, mas acho que deve ter tocado por aí. Vou conferir.

Importante:
Nenhuma biografia neste blog é definitiva. Não são precisas. São informações que vou achando aqui e alí, num blog ou outro, num livro ou outro, um artigo de revista. São informações dispersas, algumas conflitantes que precisam ser confirmadas mais adiante. O meu interesse é saber quem foram esses músicos que tocaram com todo mundo e são conhecidos apenas por seus apelidos que aparecem nas contra-capas dos discos. Quem foi Turquinho, Azeitona, Buda, Felpudo, Papudinho, Casé, etc? É muita gente boa que poucas pessoas conhecem. Você procura nos dicionários, nada, só aparece Tom Jobim, Vinícius, João Gilberto, Chico Buarque, Ary Barroso, etc. O que todo mundo já sabe, já tem biografia. E os outros, quem são eles? Apenas uma foto para que eu possa saber como ele era, curiosidade de amador, apaixonado pela música instrumental brasileira. Nada. É por isso que comecei esse blog. Não é possível que essa turma de apelidos fique no anonimato. Já pensou uma banda com Buda, Felpudo, Azeitona, Papudinho, Turquinho, etc. Deve até ter rolado por aí. Sei lá.




Búzios - Antigamente