terça-feira, 29 de novembro de 2011

Luiz Chaves - Projeção - 1963

Esse é o irmão de Sabá. Já vou falar sobre ele.

Músicos
Luiz Chaves (baixo)
Rubens Barsotti (bateria)
Hamilton Godoy (piano)
Luis De Andrade "Boneca" (guitarra)
Demétrio (flauta)
Hector Costita (sax alto)
Magno D'Alcântara (trompete)
Carlos Alberto D'Alcantana (sax tenor)
Músicas  
01 - Berimbau (Baden Powell/Vinicius de Moraes)
02 - Pra Que Chorar (Baden Powell/Vinicius de Moraes)
03 - Dan Chá Chá Chá (Roberto Menescal/Ronaldo Bôscoli
04 - Tim Dom Dom (João Mello/Codó)
05 - Miss Balanço (Helton Menezes/Ed Lincoln)
06 - Tormenta (Luiz Chaves)
07 - Influência do Jazz (Carlos Lyra)
08 - Nós e o Mar (Roberto Menescal/Ronaldo Bôscoli)
09 - O Samblues (César Camargo Mariano)
10 - Heloisa (Luiz Chaves)
11 - Estamos Aí (Durval Ferreira/Mauricio Einhorn)
12 - Telefone (Roberto Menescal/Ronaldo Bóscoli)

* Esse disco foi lançado originalmente em vinil pela RGE em 1963 e relançado em 2006, em CD, pela Som Livre. Por uns R$17,00 você encontra nas melhores lojas.
Se não encontrarem, procurar no Google por Luiz_Chaves_e_Seu_Conjunto

Chú Viana (Xu, Shu Viana) - Contrabaixo Brasil

Chú Viana (Manoel Luiz Lameira Viana)

No início dos 50, Chú Viana era considerado o melhor baixista nacional. Admirado por todos os iniciantes nesse instrumento, era o nosso Scott La Faro. Poderia ter tido um reconhecimento maior, não fosse o descompromisso com a carreira; chegava sempre atrasado aos ensaios, quando aparecia. Zé Rodrix que o conheceu bem dizia que era um gênio, absolutamente exótico, incontrolável e engraçadíssimo.

De 1960 a 1962 trabalhou no programa da TV Excelsior – Brasil 60, comandado por Bibi Ferreira, junto com Rubinho Barsotti e Pedrinho Mattar.

Em 1969 participa do disco Resala´s Band (do José Resala o Turquinho, baterista).

Frequentador do Ponto dos Músicos, na esquina da Avenida São João com Avenida Ipiranga em São Paulo, Chú apadrinhou Bira (baixista do Jô Soares). Sabendo que o Chacrinha procurava um contrabaixista, Chú indicou Bira. A partir desse impulso, a carreira desse outro grande músico iria mudar definitivamente.

Em 29 de novembro de 1959, Shu toca com Dick Farney, Ed Lincoln, Paulo Moura, Rubinho Barsot e outros no auditótio da Globo. Virou capa de jornal e capa de disco. O disco é Dick Farney E Seu Jazz Moderno. Tem por aí. Se não acharem posso dar uma dica. Discão. A turma esstá afinada.

Após uma apresentação da banda de Woody Herman no Teatro Paramount, em São Paulo, E1958, os músicos saíram para beber e dar uma canja no bar do Hotel Claridge (mais tarde Cambridge), na Avenida Nove de Julho. No local se apresentava o trio formado por Walter Wanderley (piano), Rubinho Barsotti (bateria) e no contrabaixo revezando Chú Viana e Azeitona (outro grande músico). A noite virou uma grande jam session. Mais sobre o assunto no site do jornalista Fernando L. Barros http://saxofonistacase.blogspot.com/2009/04/capitulo-2.html

Infelizmente, ainda não tenho mais dados sobre esse extraordinário baixista. Como não pretendo escrever sua biografia, à medida que for obtendo mais informações acrescentarei nesse espaço. Os leitores também podem contribuir. A finalidade do blog é manter viva a memória desses músicos.


*A foto acima, a única que achei, foi retirada do blog do Fernando L. Barros.


Músicos
Waldemar Marchetti (Corisco) - percussão
Hamilton Godoy - piano
Manuel Luis Viana "Xu Viana"- contrabaixo
Heraldo do Monte - guitarra
Dirceu Simões de Medeiros - bateria


Sabá - Contrabaixo Brasil

Sabá (Sebastião Oliveira da Paz) - 1927-2010

Nasceu em Belém do Pará em 1927. Seu pai comandava a orquestra Oliveira Paz que animava festas na cidade. Sua mãe, exímia pianista, era sempre requisitada para acompanhar os artista do rádio provenientes do Rio e São Paulo que se apresentavam em Belém. Tanto a orquestra como os músicos ensaiavam na casa dos pais. Foi nesse ambiente que Sabá e seu irmão Luís Chaves (grande contrabaixista do Zimbo Trio) se desenvolveram. Com ouvido extremamente apurado e convivendo nesse meio musical, é incrível que Sabá nunca tenha aprendido a ler partitura (depoimento para o Clube do Jazz). Eu, particularmente, não acredito, pois era um grande arranjador. Acho que não lia tão rápido como os cobras da época e não via necessidade nisso pois conhecia a maioria das músicas de cabeça.

Na década de 50, já em São Paulo, passa a tocar com o grande pianista Rogério Robledo no Cléride Hotel e percorre as boates da efervescente vida noturna paulista da época. Em 1965 forma o Jongo Trio com Cido (Aparecido Bianchi - piano) e Toninho (Antônio Pinheiro Filho – bateria). O disco de estréia se torna rapidamente um standard do samba-jazz. O reconhecimento do Jongo se consolida quando se torna o grupo de apoio de Jair Rodrigues e Elis Regina no famoso programa O Fino da Bossa da TV Record de São Paulo. Gravaram 3 discos ao vivo nesse período que se tornou um enorme sucesso; 2 na Bossa.

Em 1966 Sabá e Toninho são convidados para tocar no Cesar Camargo Mariano Octeto e gravam um grande disco. Neste mesmo ano, junto com César, formam o Som Três, e lançam o disco Som Três Vol. 1. De 1966 a 1970 o Trio grava cinco discos combinando diversos estilos sempre com enorme sucesso. Nesse período o Som Três se torna o grupo de apoio para Wilson Simonal tanto nos palcos como em diversos discos do cantor. Foi o período de maior sucesso de Simonal.

Em 1971 César Camargo abandona Simonal e passa a acompanhar e fazer arranjos para Elis Regina. Novamente o amigo convida Sabá e Toninho para essa nova empreitada, mas eles preferiam seguir carreira com Dick Farney num som mais jazzístico e gravam excelentes discos. Parece que o problema tinha sido a experiência anterior com a Pimentinha na época do Jongo com o Fino da Bossa. Faz sentido.

Sabá ainda tocou com Alaíde Costa, Elizeth Cardoso, Claudete Soares e muitos outros artistas do primeiro time. Sempre com uma sonoridade elegante e precisa. No final dos anos 70 praticamente abandonou a profissão de baixista e passou a atuar como radialista, apresentando o programa Clube da Música na Rádio Trianon de São Paulo. Nesse período não sei de nenhuma participação de Sabá em discos próprios ou acompanhando outros cantores.

Em 2002 Sabá tenta reviver o Jongo Trio e lança um disco, mas aí, já com 75 anos, o pique era outro. Sabá faleceu em fevereiro de 2010 em decorrência do Mal de Alzheimer, a mesma doença que acometeu seu irmão Luis Chaves, o grande contrabaixista do Zimbo Trio. Uma fatalidade. Dois grandes músicos, irmãos, apaixonados pelo mesmo instrumento.

Quando descobri essa triste coincidência resolvi escrever sobre os grandes contrabaixistas do Brasil, que, geralmente, atuam lá atrás das estrelas e quase sempre são esquecidos.

No vídeo que postei aí em baixo podemos ver Sabá com Toninho e Dick Farney em ação.