domingo, 10 de outubro de 2010

Quintessência - J.T. Meirelles

Grupo paulista formado por Daniel Nogueira (sax) e Vinicius Pereira (baixo) presta homenagem ao grande músico com Quintessência, música de J.T. Meirelles.

João And His Bossa Kings - Cool Samba - 1962


Músicos
JT Meirelles (sax e flauta)
Silvio Lopez (trumpete)
Antonio Oliveira (piano)
Manoel Gusmão (baixo)
Jayme Storino (bateria)
Amauri Rodrigues (percussão)

Músicas
01 - Só danço samba (Tom Jobim)
02 - Samba sem nome (Fred Marshall)
03 - Se teus olhos falassem (Jose Domingos)
04 - Batucada ( Luiz Bonfá)
05 - Conselho a quem quiser (Silvio Cezar)
06 - Solução (Ivo e Raul Santis)
07 - Carnival Medley - Eu agora sou feliz (Cosata e Bispo), Piri Piri ( Ivo Santos e Nato)
08 - Gostoso é sambar (João Mello)
09 - Nação Nagô (Capiba)
10 - Samba Toff (Orlandivo)
11 - Essa nega sem sandália (Caco Velho)
12 - Ilha do amor (Fred Marshall)
13 - Ritmos carnavalescos improvisados (Fred Marshall)

J.T. Meirelles (João Theodoro Meirelles)

Neste disco João And His Bossa Kings “Cool Samba” de 1962, Meirelles só tinha 22 anos e já era essa fera. Se não me engano é o único disco dele com o nome João. É um disco para o mercado americano. É pouco conhecido no Brasil.

Meirelles começou a tocar aos 8 anos e com 17 já era o saxofonista preferido de João Donato. Estudou composição e arranjo na Berklee School of Music (Boston, Massachusetts).

Em 1963 formou o grupo Copa 5 com Manuel Gusmão (baixo), Luiz Carlos Vinhas (piano), Dom Um Romão (bateria) e Pedro Paulo (baixo) e caíram na noite do Bottle's Bar do Beco das Garrafas (RJ). O Copa 5 é o grupo responsável pelo som incrível na gravação original de "Mais Que Nada" de Jorge Ben (Benjor). O início de carreira de Jorge Ben se deve muito aos arranjos de Meirelles. No disco de Jorge Ben “Samba Esquema Novo”, além do som dos Copa 5, os arranjos são de Meirelles.

Entre 1965 e 1967 escreveu diversos arranjos para diferentes edições do histórico Festival Internacional da Canção da TV Globo. Em 1966 participou do Berlin Jazz Festival, com Edu Lobo, Rosinha de Valença, Dom Salvador Trio e Sérgio Barroso. Tem um filme desta apresentação no blog (veja Edu Lobo).

Lançou, em 1965, o LP "O Novo Som", com nova formação do Copa 5 integrada por Roberto Menescal (violão), Waltel Branco (guitarra), Edson Machado (bateria), Eumir Deodato (piano) e Manoel Gusmão (contrabaixo). Olha o Waltel Branco aí de novo. É aquele do disco "Mancini Também é Samba", onde Meirelles toca Sax Alto e Sax Tenor. No disco aí de cima Eumir Deodato só tinha 23 anos.

Nesta mesma época participou do conjunto Os Cobras, com o qual lançou o álbum “O LP” (1964), e do conjunto Os Gatos (dividindo os arranjos com Durval Ferreira), com o qual lançou os LPs “Os Gatos” (1964) e “Aquele Som dos Gatos” (1966). Mais tarde vou disponibilizar esses discos aqui. São grandes discos.

No início dos anos 70 viveu durante três anos no exterior (França, Suécia e Monte Carlo), integrando várias orquestras. Apresentou-se no Mikonos Jazz Club, como integrante do grupo Stress com Márcio Montarroyos, Laércio de Freitas, Luizão Maia e Pascoal Meirelles.Em 1980, participou, como arranjador, do Festival da Canção da TV Tupi. Em 1982 atuou no MPB Shell da TV Globo.

Como instrumentista, arranjador ou maestro, no Brasil, tocou com quase toda a MPB. Formou alguns dos melhores sopros do Brasil como Mauro Senise, Cacau, Raul Mascarenhas, Zé Nogueira e Nilson Matta e muitos outros.

Nos anos 90, meio desiludido, ficou fora de apresentações. Se dedicou a programação musical computadorizada, edição gráfica, impressão musical e arranjos midi. Acho que nem tinha mais instrumento. Era visto nas bancas de disco usado da Pedro Lessa, famoso sebo, ao lado da Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro. Foi então que os freqüentadores e donos de barraca fizeram uma ”rachucha” e compraram um sax novo para ele. A partir de então, com esse renascimento, passou a tocar na loja de discos Modern Sound em Copacabana. A sua presença levou muita gente boa que estava esquecida a voltar a se apresentar. A Modern Sound acabou se tornando um grande centro irradiador da boa música no Rio de Janeiro, se não me engano, graças a volta deste excepcional músico J.T. Meirelles. Infelizmente faleceu em 2008.
O arquivo abaixo aparece 1966, mas na realidade é de 1962.

* Esse disco acho que não saiu no Brasil em CD. Procurar no google por Joao_His_Bossa_Kings_1966