segunda-feira, 19 de junho de 2017

Pascoal Meirelles - Anna - 1987




Músicas
01- Maracatudo (Pascoal Meirelles)
Rique Pantoja (teclados)
Jamil Jones (contrabaixo)
Chacal (percussão)
Mauro Senise (flauta)
Don Harris (flugelhorn)
Daniela Garcia (flauta)
Zé Nogueira (sax soprano)

02- Ijexá (Pascoal Meirelles)
03- Anna (Pascoal Meirelles)
Grupo Cama De Gato
Rique Pantoja (teclados)
Mauro Senise (sax)
Sisão Machado (contrabaixo)
Chacal (percussão)

04- Duelo (Arthur Maia)
Arthur Maia (contrabaixo)
Pacoal Meirelles (bateria)

05- Pentotal (Pascoal Meirelles)
Mauro Senise (sax alto)
Arthur Maia )contrabaixo)

06- Juruviara (Pascoal Meirelles e Jota Moraes)
Jota Moraes (arranjo)
Rique Pantoja (piano)
Jacques Morelembaum (cellos)

07- Tom (Pascoal Meirelles)
Wagner Tiso (teclados)
Arthur Maia (contrabaixo)
Zé Noqueira (sax soprano)
Mauro Senise (sax (alto)
Victor Biglione (guitarra)
Chacal (percussão)
Edu Mello e Souza (teclados)


sábado, 17 de junho de 2017

A Noite Do Meu Bem - Ruy Castro - 2015



Sensacional!

O livro retrata a vida noturna do Rio de Janeiro nos anos 1940, 50 e 60 com suas boates, cantores, músicos e frequentadores desse ambiente de glamour e vida social intensa. A narrativa não se limita aos músicos mas ao contexto social do Rio de Janeiro como capital do Brasil. Até 1946, a noite do Rio girava em torno dos cassinos que empregavam milhares de funcionários e músicos. Com a proibição dos jogos de azar essa turma migrou para ambientes menores e formaram os trios, quartetos, quintetos e pequenas orquestras que tocavam mais baixo e outra música. No caso o samba-canção. O principal cenário dessa música foi o bairro de Copacabana, que mais tarde se transformou no berço da Bossa Nova. No final do anos 50, os músicos dessa geração, com melhor formação técnica, se tornaram a base da Bossa Nova, como é o caso de Tom Jobim, Johnny Alf, João Donato e, até mesmo João Gilberto. É uma viagem no tempo, além de ser um ótimo livro de referência.
Recomendo.











* Todas as fotos foram extraídas do livro e pertencem aos seus verdadeiros donos.

Antonio Adolfo Abraça Ernesto Nazareth - Os Pianeiros - 1981




Músicos
Dino 7 Cordas (violão 7 cordas)
Jorginho (pandeiro)
Celso Woltzenloget (flauta)
Ernesto (contrabaixo)
Cláudio Jorge (violão)
Oberdan Magalhães (flauta)
Jaques Morelenbaum (cello)
Ricartdo Benício (violino)
Zé Luiz Mazzioti (voz)
Antônio Adolfo (piano)

* Todas as músicas são de Ernesto Nazareth




quarta-feira, 14 de junho de 2017

Boneca - Um Show Do Boneca - 1964



Boneca (Luiz de Andrade)

* Boneca toca todos os instrumentos nesse disco.

01 - They Met In Rio (Harry Warren/Mack Gordon)
02 - Kon-Nichi Wa Arachan (H. Nakamura/Rohusuke)
03 - Rhythm Of The Train (John Grummoe)
04 - Acapulco (Schobbem)
05 - The Kigh Life (J. Schwartz)
06 - Bigorrilho (Sebastião Gomes/Paquito/Romeu Gentiu)
07 - Pimentão (Tradicional)
08 - Tamborito Panameño (Anderle/Bebe Jr. H. Li)
09 - Damasco (D. R.)
10 - Vamos Maruca (Tradicional)
11 - Quem Sabe (Luis de Andrade)
12 - Bigode De Arame (Ângelo Apolônio "Poly")

* Luiz de Andrade (Boneca) gravou outros discos tocando diversos instrumentos. Isso era uma coisa estranha na época, principalmente pelos recursos de gravação. Era quase um Hermeto Pascoal. Também participou de discos de outros autores. Sinceramente, conheço muito pouco do Boneca. Aceito qualquer tipo de informação para que possamos incrementar a sua biografia.


quarta-feira, 7 de junho de 2017

Uma história da música popular brasileira - Jairo Severiano - 2009



* Acho uma leitura indispensável para aqueles que queiram conhecer os fundamentos da música popular brasileira. O autor não se aprofunda nas biografias, mas da o rumo certo para quem deseja chegar mais longe. É um livro para se ter na estante mais próxima como referência e consulta. Recomendo.



Raphael Rabello e Dino 7 Cordas - 1991









João Teixeira Guimarães

Petrolândia (PE)  02/11/1883 - Rio de Janeiro (RJ) 06/10/1947

"Aos 14, 15 anos de idade, o compositor Elton Medeiros iniciava sua vida musical tocando saxhorne barítono na Orquestra Juvenil de Estudantes. Patrocinada pela prefeitura carioca, a orquestra ensaiava na sede da Superintendência de Educação Musical e Artística (SEMA) do município, na rua Almirante Barroso, centro da cidade. Chefiava a portaria do edifício "Seu" João. um velhinho simpático, que estava sempre brincando e discutindo futebol com a moçada. Um dia, a responsável pela orquestra, Cacilda Campos Borges Barbosa, assistente de Villa-Lobos, interrompeu o ensaio de uma peça difícil, uma suíte sobre temas brasileiros, e mandou chamar "Seu" João. À chegada do porteiro, a maestrina sentou-se ao piano e começou a mostrar-lhes trechos da composição, comentando detalhes da orquestração e pedindo-lhe opiniões. Percebendo então o espanto de Elton, seu colega, o trombonista José da Silva, explicou-lhe a razão da surpreendente cena: "Seu" João era João Pernambuco, o famoso violonista-compositor, introdutor da música nordestina no Rio de Janeiro e que cumpria na portaria da SEMA seus últimos anos como funcionário público subalterno". (texto extraído na íntegra do livro "Uma história da música popular brasileira", de Jairo Severiano, página 242. Recomendo.

João Pernambuco era semianalfabeto e ferreiro de profissão. Em 1904 foi para o Rio de Janeiro, onde tocava violão a noite e trabalhava duro durante o dia. Conheceu Pixinguinha, Donga, Quincas Laranjeiras e outros grandes músicos nas rodas de choro da cidade. João Pernambuco tocou com os Oito Batutas, famosa banda de Pixinguinha, numa das suas primeiras formações. Além de exímio violonista compôs diversos clássicos da música instrumental brasileira sob influência das canções regionais de violeiros e cantadores das feiras nordestinas. São temas populares de extrema delicadeza e sofisticação. Todo estudante que se aventura pelo estudo do violão instrumental brasileiro, inevitavelmente chegará a uma música de João Pernambuco.

Catulo da Paixão Cearense (Amâncio José da Paixão 1866-1946) transformou em canção os temas instrumentais "Luar do Sertão" e "Caboca do Caxangá", em 1913, de João Pernambuco. Catulo nunca lhe deu os créditos. Feio.

Lamartine de Azevedo Babo (10/01/1904 – 16/06/1963)

Lamartine nasceu no Rio de Janeiro, na Rua Teófoli Otoni, 45. Após a conclusão do primário, em escola pública, fez o ginásio no Colégio São Bento, e se formou em Letras no Colégio Pedro II. É um dos grandes compositores brasileiros, com uma obra em torno de 300 composições em diversos gêneros. Muitas dessas músicas são clássicos do nosso cancioneiro. A partir de 1931, com o sucesso de “No Rancho Fundo”, parceria com Ary Barroso, Lamartine começa a produzir uma série de sucessos que o tornariam conhecido e admirado para sempre. A marchinha foi o gênero em que ele mais soube se expressar e praticamente foi um dos seus criadores, superando em determinado momento até o samba nos carnavais.

Lamartine, embora não tivesse formação musical, era um grande melodista, diversas músicas de sucesso de sua vasta discografia são de sua autoria sem parceiros. Outra característica do seu talento, foi melhorar a letra de gosto duvidoso de uma grande música, mexer aqui e ali, e transformar em um grande sucesso. Algumas sem autorização do parceiro. Esse foi o caso de “O teu cabelo não nega” dos irmãos Raul e João Valença, que era um frevo e ele transformou numa marchinha. Pra essa ele compôs introdução e uma segunda parte. Mais tarde ele foi obrigado a dar os créditos. Mas, ninguém lembra mais quem são os irmãos Valença. A outra façanha aconteceu com “No Rancho Fundo”, que se chamava “Esse mulato vai ser meu” (subtítulo “Na Grota Funda”), música de Ary e letra de J.Carlos (caricaturista). Lalá achava a música bonita, mas detestava os versos “na Grota Funda/ na virada da montanha/ só se conta uma façanha/ do mulato da Raimunda”. Ele não sossegou enquanto não convenceu Ary de lhe deixar modificar a letra. “No Rancho Fundo” se tornou um dos grandes sucessos de Ary Barroso e Lamartine.

Lamartine compôs e colocou letra em samba, valsa, foxe,  marchinha para o Carnaval e Festa Junina, teatro e tudo que lhe aparecia. Inclusive compôs os hinos dos clubes de futebol do Rio de Janeiro. O seu time de coração era o América. Em 1960 quando América se sagrou campeão carioca Lamartine desfilou em carro aberto vestido de diabo, mascote do clube. Lamartine era famoso pelo seu bom humor, nunca perdia uma piada. De 1942 a 1956, ele se dedicou ao programa de variedades “O Trem da Alegria”, ao lado de Iara Sales e Héber de Boscoli. Foi um grande sucesso na época.


A obra quase completa de Lamartine Babo pode ser encontrada em http://dicionariompb.com.br/lamartine-babo/obra



* quase todas as fotos foram extraídas do livro "Uma História Da Música Popular Brasileira de Jairo Severiano".