sábado, 30 de abril de 2011

Me dá a Penúltima


 
Essa música foi lançada no disco "Tiro de Misericórdia", de 1977, no lado B. Quando digo lado B, é porque na época era no bolachão de vinil que se gravava música. Era lado A ou B. Fora os Beatles, o lado B sempre ficou renegado para músicas que tinham menos chances de emplacar comercialmente. Isso na opinião dos entendidos das gravadoras. Os primeiros discos da dupla Bosco e Blanc quebraram esse paradígma. Os dois lados são excelentes. Na época, dizem que, muita coisa boa ficou de fora por falta de espaço. Gostaria de conhecer o que ficou de fora.

No formato original era uma levada samba-choro, com aquele violão de 7 costurando todos os intervalos, juntamente com o pandeiro e o cavaco naquelas escalas cromáticas em semifusas típicas do choro. Desta vez resolveram acalmar um pouco, acho que é a idade, e o fôlego já não é o mesmo. Também porque na versão acima quem leva a peteca é o Aldir e o fôlego do cara nunca foi lá essas coisas. Para a idade e as noitadas em rodas de samba até que ele está bem. Feliz. Gostei muito dessa versão. É puro sentimento. Foi uma tentativa, depois de anos, de reaproximação da dupla. Mas acho que a coisa já não dava mais liga. Chegaram a fazer alguma coisa juntos novamente, mas o tempo passou para todos. O importante, neste caso, é curtir as duas versões. Depois coloco a primeira na pista para deleite de todos nós.

O legal nesse filme é ver o João levando a coisa a sério e o Aldir, ainda com aquele frescor da juventude, levando tudo na sacanagem. Com aquele cabelo, a careca e o nariz, parece a foto perfeita de uma esfinge grega para uma nota de R$3,00.