segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Airto Moreira_Fingers_1973



Estou atendendo a um pedido de um parceiro que me pediu essa bolacha. Na pista Fingers do Airto, com direito a mosca. Este disco tinha tudo pra ser uma pauleira: boa música, harmonia rebuscada, uma cozinha impecável, funk de primeira, forró cheio de sacanagem, só fera. Além do próprio Airto que dá garantia de maré cheia. Mas, a qualidade do som, a gravação, é fraquinha, meio garagem. Resumindo: muita gente boa e mal gravada. Em 1973, idade do disco, já se gravava com um monte de canais. Pink Floyd abusou. Aliás, ainda vou escrever sobre este ano. Parece que todo mundo gravou os seus melhores discos em 73. Menos o Airto que estava fazendo os arranjos para sua mulher deitar e rolar no disco Borboleta do Santana no início de 74. Esse disco rendeu pra Flora uns Grammy e uma grana legal. Imagina uma brasileira meio clandestina ser considerada a maior cantora de jazz. Nessa época Airto não sabia se investia na sua carreira ou na da mulher. Ficou meio chapado. Quem colocou o cara na pista novamente foi Al Dimeola. Mas aí é outra história. Depois eu conto.


domingo, 27 de fevereiro de 2011

COEDUC_Centro de Orientação Educacional

Pessoal,

Tivemos um imenso prazer de participar desse evento. Nossas grandes amigas Sônia e Valéria, da Vimolagos a frente, estão dando um grande apoio para essa garotada que não quer mais viver refém das drogas e de todos os males que elas acarretam, tanto para si como para suas famílias.

Não sei porquê, mas foi a noite que tocamos melhor. Ninguém desafinou.

Tudo de bom!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Heraldo do Monte e Seu Conjunto - Batida Diferente 1960



Músicas
01 - Samba de Pizzicatto (Heraldo do Monte - M.Lameira Viana - W Marchetti)
02 - Rapaz de Bem (Johnny Alf)
03 - Raízes (Denis Brean - O Guilherme)
04 - Amor Em Paz (Tito Madi)
05 - Zé De Conceição (Joao Roberto Kelly)
06 - Maria Ninguém (Carlos Lyra)
07 - Feio Não É Bonito (Carlos Lyra)
08 - Batida Diferente (Durival Ferreira - Mauricio Einhorn)
09 - Je Ne Sais Pourquoi (Fernand Bianchers - Chuvisco)
10 - Eu Sei Que Vou Te Amar (Antonio Carlos Jobim - Vinicius de Moraes)
11 - Céu e Mar (Johnny Alf)
12 - Tamanco No Samba (Orlandivo - Helton Menezes)


Heraldo do Monte e Paulo Moura - "Naquele Tempo"
Kaiser Bock Winter Festival - SP - 1997

* Esse disco acho que nunca foi lançado em  CD. 


Eumir Deodato - Prelude - 1973


Tenho muito pra falar sobre esse fantástico disco do Deodato. Por enquanto vamos curtindo essa pauleira.

Músicas
1 Also Sprach Zarathustra (Richard Straus, Eumir Deodato)
2 Spirit of summer (Eumir Deodato)
3 Carly & Carole (Eumir Deodato)
4 Baubles, Bangles and Beads (George Forrest, Robert Wright)
5 Prelude to afternoon of a faun (Claude Debussy, Eumir Deodato)
6 September 13 (Eumir Deodato, Cobham)





quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Cid_Gray_Orchestra_1961




Cid Gray (Renato Oliveira)

Músicas01 - Palhaçada (Haroldo Barbosa / Luis Reis)
02 - Boato (João Roberto Kelly)
03 - Eu Não Sei Me Repetir (Horondino Silva "Dino" / Jota Santos)
04 - O Que Faltou (Renato de Oliveira)
05 - Murmurio (Luis Antônio / Djalma Ferreira)
06 - Água de Beber (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
07 - Deixei de Sofrer (Norival Reis / Jamelão)
08 - Que Fazer (Jaime Florence "Meira" / Jota Santos)
09 - Louca (Luis Mergulhão / Jorge Duarte)
10 - Chorou Chorou (Luis Antônio)
11 - Rosa do Mato (Sergio Ricardo / Geraldo Serafim)
12 - Não Sei Mais Fingir (Mota Vieira / Vicente Rodrigues / Nelson Paiva)


É uma daquelas grandes orquestras que rolavam na década de 1950 e 60 que depois foram desaparecendo e surgindo a Bossa Nova e a Jovem Guarda. Talvez já tenha comentado aqui: sair sábado a noite para dançar ao som de uma orquestra era algo mágico. A relação da música ao vivo com a sua parceira de dança era inesquecível. Você não sabia se olhava pra banda ou pra moça. Não era só ir lá e curtir, era todo um evento, uma preparação, uma expectativa. Aquele perfume. Só se falava naquilo, se programava pro baile. Corações a mil. Arrumar o cabelo, manicure e a modista. Os rapazes sempre bebiam algo antes da orquestra levantar o salão, era no boteco mais próximo, era em casa mesmo. Não dava pra entrar careta, o coração não suportava. Depois da grande noite, do grande baile: quem começou namorar quem... Se você não começou um namoro ali, só no próximo baile, na próxima semana, no próximo sábado. E começava tudo de novo, nova espera. Nem sempre aquela mesma orquestra iria tocar ali novamente. Talvez na cidade mais próxima, ou no clube rival que você não podia entrar. Naquela época tinha disso: cada clube tinha sua turma e uma não se entendia com a outra. Como era difícil você ganhar alguém. Parecia que toda menina estava comprometida. Tudo mentirinha. As tias lhes tinham ensinado a ser assim: difícil.

A Orquestra de Cid Gray era isso: chá dançante, orquestra de baile, check to check. Tudo de bom.

Parece um olhar de uma pequena cidade do interior. Não é não. O Brasil era provinciano mesmo. Rural, Jeca. Ninguém comia ninguém. A Bossa Nova é que tornou o Brasil moderno. O Cinema Novo, Brasília, JK, o Fusca, a Vespa. Em 1960 0 Brasil não fabricava carro, nem televisão. Éramos Jeca Tatu, roceiros. Não conhecíamos praia. Todo mundo tinha cravo e espinha. A Bossa Nova nos apresentou a praia, o chope, a garota, o biquíni, o mundo. Foi o Twitter da época. O nosso Facebook. Era como se todo garoto tivesse o direito de ter uma namorada bonita e pudesse fazer sexo com ela, sem preocupação. Isso foi a Bossa Nova.

Quando conhecemos a praia esquecemos as orquestras. Que pena. Infelizmente não dá pra ter tudo.


Bem_Bossa_Birimbau_Sambas_1964