quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Ventos do Norte - Leo Gandelman - release


Ventos do Norte - Leo Gandelman - 2013

 
Leo Gandelman estava devendo um disco como esse para se posicionar entre os grandes músicos brasileiros. Escolheu um repertório difícil, embora conhecido, mas complicado para quem não é do mundo do choro. Parabéns! Confesso que me surpreendi. Ouvi diversas vezes o disco. Saiu em 2013. Pouca gente comprou. Como sempre a música instrumental no Brasil é para poucos. Você vai ao lançamento, compra um exemplar, e depois sumiu. Discão! Recomendo. Quem não comprou, fale comigo.
 
Mais informações no site: http://leogandelman.com.br/ventosdonorte/

Ventos do Norte resume a contribuição dos saxofonistas oriundos da região Nordeste na consolidação de um estilo brasileiro de saxofone, através da recriação da música composta por eles para o instrumento ao longo do século XX.
 
O título fala em Norte e não em Nordeste, como seria geograficamente mais preciso, pois era assim que os antigos se referiam a sua própria imigração: quando vim do Norte. Por outro lado, a música desses craques chegou ao Rio de Janeiro impulsionada por um vento forte que veio da América do Norte e que ajudou a popularizar o saxofone: o jazz.

O primeiro a chegar ao Rio de Janeiro, em 1921, foi Luiz Americano Rego (Aracajú SE, 1900-1960) e pouco tempo depois já estava gravando na Odeon. Em 1928 fez temporada na Argentina tocando no conjunto do baterista americano Gordon Stretton, um pioneiro do jazz. No ano seguinte, iniciou uma extensa discografia de solista, dividida entre o saxofone e o clarinete. O choro sambado “Dancing Avenida” foi lançado em 1935 e andava meio esquecido enquanto “Sorriso de cristal”, gravado mais para o fim da vida de Americano, tornou-se uma de suas obras mais lembradas.

Em julho de 1921, Pixinguinha e os “Oito Batutas” foram tocar em Recife. Na abertura dos espetáculos atuava a prata da casa, tendo como destaques Jararaca no violão e voz e Ratinho (Severino Rangel de Carvalho (Itabaiana PB, 1896-1972) no sax soprano.

Com o nome de Turunas Pernambucanos, o grupo veio para o Rio no ano seguinte e aqui atuou até 1925. Ratinho formou então com Jararaca a famosa dupla caipira, que intercalava números de humor com solos instrumentais. O clássico “Saxofone, por que choras?” e o maxixe “Vamos pra Caxangá” ilustram bem a verve saxofonística desse pioneiro na divulgação do sax soprano em terras brasileiras