Sérgio Mendes (piano, arranjo)
Edison Machado (bateria)
Tião Neto (baixo)
Aurino Ferreira (sax tenor)
Edson Maciel (trombone de vara)
Raul de Souza (trombone de válvula)
Hector Costita (sax tenor)
*Tom Jobim (arranjo)
Edison Machado (bateria)
Tião Neto (baixo)
Aurino Ferreira (sax tenor)
Edson Maciel (trombone de vara)
Raul de Souza (trombone de válvula)
Hector Costita (sax tenor)
*Tom Jobim (arranjo)
Músicas
01 - Ela é carioca (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
02 - O amor em paz (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
03 - Coisa nº 2 (Moacir Santos)
04 - Desafinado (Newtom Mendonça e Tom Jobim)
05 - Primitivo (Sérgio Mendes)
06 - Nanã (Moacir Santos)
07 - Corcovado (Tom Jobim)
08 - Nôa... Nôa... (Sérgio Mendes)
09 - Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
10 - Neurótico (J.T. Meirelles)
Rio de Janeiro, início da década de 60. Copacabana e suas casas noturnas, os clubes de jazz e suas jam sessions. O Beco das Garrafas, lugar onde se tocava e criava música - a música brasileira em transformação. A Bossa Nova a conquistar o mundo. Este foi o cenário em meio ao qual surgiram infinidades de trios, quartetos, quintetos, sextetos e, entre eles, o time de músicos brilhantes liderados por Sérgio Mendes: o Sexteto Bossa Rio. A primeira formação apresentou-se no Festival de Bossa Nova realizado em novembro de 1962, em Nova York no Carnegie Hall, com Pedro Paulo (trompete), Paulo Moura (sax), Durval Ferreira (guitarra), dom Um Romão (bateria) e Octávio Bailly (baixo). O conjunto impressionou o saxofonista norte-americano Cannoball Adderrley, que os convidou a gravar o disco Cannoball's Bossa Nova naquele mesmo ano. (texto do CD)
Em 1963, já de volta ao Brasil, Sérgio Mendes reuniu-se a Tião Neto, Edison Machado, Raul de Souza, Edson Maciel e Hector Costita, e gravou esse histórico LP.
Tenho muito para falar deste grande disco. Por enquanto vão curtindo essa paulada aí.
Antes de mais nada vou falar um pouco da turma:
Sérgio Mendes – nasceu em Niterói - RJ - 1941. Começou no piano clássico e se apaixonou pelo jazz como muitos outros garotos da época. Seu primeiro LP foi “ Dance Moderno” (vai sair aqui, mais tarde) com Tião Neto e Victor Manga (também tenho que falar dele). Com a morte do baterista Victor Manga, chamou Edson Machado pra bateria e Tião Neto (baixo) e foram para os EUA. Embora não seja um pianista virtuose como Luizinho Eça, sempre foi um grande empresário e farejador de sucesso. Sejamos honestos: toca bem e faz uns arranjos originais.
Tião Neto – também de Niterói – foi ele que levou Sérgio Mendes pro Beco das Garrafas no Rio de Janeiro (reduto da Bossa Instrumental). Fundou o “Bossa Três” com Luiz Carlos Vinhas e Edson Machado. Olha que time. Tião Neto é aquele baixo que se ouve no famoso disco “Stan Getz e João Gilberto”. Em 1993 lançou seu único disco solo “Carrossel” (ninguém conhece, ninguém ouviu). Tocou com todo mundo, tanto em estúdio como ao vivo. Mas a vida de baixista é ingrata, nunca é o centro das atenções. Faleceu em 2001, quase esquecido.
Edison Machado – queria tocar piano, mas acabou na bateria. Acho que foi um bom negócio. Foi o inventor da Hard Bossa, ou seja, samba no prato e a batida nos aros da caixa. Tocava nas gafieiras dos subúrbios cariocas e caiu também no Beco das Garrafas. Lançou em 1963 “Edson Machado é Samba Novo”. Grande disco (já rolou por aqui). Integrou o Rio 65 Trio e o Bossa Três. Foi para os EUA e tocou com todo mundo. Em 70 foi para Europa e tocou com Chet Baker e Ron Carter. Eu pagaria tudo pra ver esse trio. Faleceu em 1990, depois de voltar ao Brasil e fazer uma apresentação histórica na antiga boate People, no Leblon. Depois falo sobre essa apresentação.
Raul de Souza – Raulzinho pros mais chegados. O cara começou tocando Tuba, passando por outros instrumentos até chegar ao trombone. Trombone de válvula, que fique aqui a observação. Assim como Edson Machado, entre outros, sua grande escola foi as gafieiras do Rio. Em algum momento ainda vou falar sobre essas gafieiras do Rio da década de 50 e 60. Eram muitas. Em 1965 lançou o grande disco “A Vontade Mesmo”. Neste disco todo mundo deita e rola na harmonia, a vontade mesmo, como diz o nome do disco. Também já coloquei na pista. Em 70 foi morar nos EUA, mais um, a convite de Airton Moreira. Aí tocou com Sonny Rollins, George Duke, Chick Corea e o que viesse. Foi considerado, na época, um dos melhores do mundo em seu instrumento. Para quem tinha começado com a Tuba... Sinceramente, não é minha especialidade, mas o que o cara toca é assustador.
Edson Maciel – mineiro de BH. Aos 15 anos já estava tocando em orquestras de baile e rádio (olha outro prodígio aí). Aos 25 anos já excursionava com Ary Barroso. Foi um dos pioneiros do Beco das Garrafas, apresentando-se com Leny Andrade e Johnny Alfy. Era conhecido como Maluco Maciel para diferenciar do outro Maciel. Foi um dos maiores trombones do Brasil. Que o digam João Donato, João Gilberto e Milton Banana. Os solos do cara deixavam Quincy Jones de boca aberta. Era só improviso pauleira. Infelizmente faleceu em 1992.
Hector Costita – argentino. Começou aos 13 e já com 18 anos tocava numa big band de Lalo Schifrin. Veio para o Brasil em 1959 e conheceu um maluco chamado João Donato. Formaram um trio. No Brasil tocou e gravou com muita gente. Participou de diversos grupos. Sempre com uma sonoridade melódica e sofisticada. Foi para a Europa no começo da década de 70. Sempre apaixonado pela música brasileira. Taí um argentino gente boa. Na década de 90 foi pra São Paulo e se tornou professor do Conservatório de Música de Tatuí. Onde está? Não sei. Vou pesquisar.
Aurino Ferreira – bahiano de Feira de Santana – Também começou a tocar em bailes, pra variar. Deixou o curso de odontologia, Graças a Deus, e pegou o sax tenor. Foi músico da Rádio e TV Tupi e freqüentador assíduo das jams do Beco das Garrafas no final dos anos 50. Formou o Quinteto Jazz e Bossa com o ainda garoto Sérgio Mendes. Formaram o Bossa Rio. Depois de gravar com todo mundo, foi tocar com Roberto Carlos. Acho que ainda está lá. Vou conferir.
O que se ouve neste disco não é comercial e está longe de ser alienado. Ao contrário, acrescentou ao lirismo da já velhinha Bossa Nova uma nova estruturação harmônica, densa, com um embalo contagiante e sensual. Sem sombra de dúvida, é outro momento da história da Bossa.
*Sobre Sérgio Mendes vou falando aos poucos.
* Esse disco já foi lançado em CD. Procurar nas melhores lojas do ramo. Saraiva, Americanas. Até no Mercado Livre. Vou tirar daqui. Mas você também encontra no google procurando por Sergio_Mendes_Bossa_Rio_1963
Bom som pra vocês.
0 comentários:
Postar um comentário