Músicos
Erlon Chaves - piano e arranjo
José Lídio Cordeiro (Papudinho) - piston
João José Pereira de Souza (Raulzinho) - trombone
Hector Bisignani (Costita) – sax
Renato Augusto Menconi - sax
Kuntz Adalberto Naegele - sax
Carlos Castilho – violão
José Antônio Alves (Zezinho) – Baixo
Clineu Golçalves (Pirituba) – bateria
Apostolo Secco – barítono
Músicas
01 - Balanço Zona Sul (Tito Madi)
02 – Você (Menescal - Boscoli)
03 – Deixa isso pra lá (Alberto Paz – Edson Menezes)
04 – Reza (Edu Lobo – Ruy Guerra)
05 – Batucada (Murilo a. Pessoa)
06 – Deixa (Baden Powell – Vinícius de Moraes)
07 – Opinião (Zé Keti)
08 – Primavera (Carlos Lyra – Vinicius de Moares)
09 – Na Base do Improviso (Erlon chaves)
10 – Sabadabada (Erlon Chaves)
11 – Inútil Paisagem (Antonio C. Jobim e Aloysio de Oliveira)
12 – Bafafá (Alfredo Borba – Jota Costa)
Neste excelente disco (1965) o maestro Erlon Chaves tinha apenas 32 anos. Não foi seu primeiro disco como maestro e arranjador. O primeiro data de 1959, então com 26 anos (Em Tempo de Samba – Erlon Chaves e Sua Orquestra). Foi mais um menino prodígio, tal Eumir Deodato e Luizinho Eça, mas teve sua brilhante carreira abreviada por um infarto fulminante em 1974. Em 1968 Erlon já era arranjador, regente e pianista de Elis Regina em sua excursão a Paris, onde apresentam-se no Olympia.
Depois deste brilhante disco Erlon Chaves se dedicou a trilhas de novelas da “Globo” que estavam no auge na época. Em 1966 fez a música tema da novela o “Sheik de Agadir” e “Eu Compro Esta Mulher”. Em 1970 participou como arranjador e compositor da novela ”Pigmaleão 70”. Todo esse sucesso trouxe graves transtornos para Erlon. Em 1970, no auge da ditadura militar, no Festival Internacional da Canção, no Maracanãzinho, a música “Eu Também Quero É Mocotó", de Jorge Bem, chegou a final. Era um som samba-black-porra-louca meio Motown, com 40 crioulos de batas vermelhas curtindo aquele batidão no palco. Passada a eliminatória, na final Erlon botou pra quebrar. Diríamos que baixou o nível. Na realidade era uma forma de provocação a tudo que rolava na época: ditadura, preconceito, racismo, amor livre, etc. Sem que ninguém soubesse, Erlon coloca duas louras lindíssimas de biquínis sumários exibindo uma coreografia erótica para apimentar o mocotó da música. Erlon sai do festival direto para a delegacia. Erlon Chaves ainda formaria a Banda Veneno com a maioria destes componentes do festival, mas os tempos eram outros. Assim como Simonal, seu grande amigo, o preconceito era grande nessa época. Os dois se ferraram, praticamente no mesmo ano. Erlon tinha outro agravante, era namorado de Vera Ficher, louraça, ex-miss Brasil. Aí era demais para as cabecinhas da época. Imagina.
* Uma curiosida. Algumas pessoas podem estar estranhando o nome João José Pereira de Souza (Raulzinho) – trombone. É isso mesmo, o nome está correto. O rebatismo ocorreu num programa de calouros do Ary Barroso. Raulzinho levou alguns prêmios e o Ary, na bucha, falou que ele tocava bem, mas trombonista com nome de João José não tinha nada a ver e o rebatizou de Raulito. Mais tarde Raulito passou pra Raulzinho. Depois escrevo mais sobre esse grande músico.
* Esse disco já saiu em CD pela Warner. É difícil achar. Como acho que vale a pena, vou dar uma dica. Procurar no google por Erlon_Chaves_Sabadabada - 1965. Por enquanto.
1 comentários:
Acabei de descobrir o blog. Que maximo!
Estarei sempre seguindo e divulgando.
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