Já tinha pensado em escrever sobre o assunto, mas achei esse texto do Raffaelli muito melhor do que o meu.
A História do Samba Jazz
Por José Domingos Raffaelli
Crítico de jazz e música brasileira, escritor, produtor e professor
Por José Domingos Raffaelli
Crítico de jazz e música brasileira, escritor, produtor e professor
A princípio aparentemente distantes e separados, o jazz e a música brasileira têm muito em comum, a começar pelas próprias origens africanas. O que aconteceu após a chegada dos escravos no Brasil e nos Estados Unidos, seu desenvolvimento e onde suas origens musicais se reencontraram são aspectos históricos importantes.
O que existe relacionando a música brasileira com o jazz? Nossa música foi influenciada pelo jazz e pela música americana? E nossos músicos influenciaram os jazzmen americanos?
Uma abordagem sobre esse palpitante e fascinante assunto, sob diversos ângulos, permite observações e esclarecimentos sobre as ocorrências que se verificaram através dos tempos, as preferências dos brasileiros em relação aos músicos americanos, nossos músicos que brilham ou brilharam no exterior e outros aspectos ligados ao desenvolvimento das duas linguagens chegando à amálgama que resultou no estilo denominado samba-jazz, jazz-samba, como preferem os americanos, ou jazz brasileiro.
As relações entre o jazz e a música brasileira são muito mais íntimas do que possam aparentar. É uma intimidade que surpreende após a sua constatação. Suas origens são exatamente as mesmas, provenientes da cultura negra trazida pelos escravos africanos originários das mesmas regiões da costa ocidental do continente africano. Entregues à própria sorte, os escravos trabalhavam exaustivamente de sol a sol sem qualquer descanso e, freqüentemente, sob a chibata implacável dos feitores. O único lenitivo que lhes amenizava o sofrimento era o canto que entoavam durante o trabalho, os lamentos à noite, os cânticos religiosos e a música de ninar das mães escravas. O destino separou os irmãos africanos pelos hemisférios das duas Américas, porém suas raízes foram as mesmas.
Os processos que alteraram progressivamente suas vertentes musicais foram fundamentalmente distintos. Os portugueses (em alguns estados, em menor escala franceses e holandeses) colonizaram o Brasil introduzindo seus hábitos, costumes, religião e cultura. Nos Estados Unidos, a influência francesa, principalmente na Louisiana, modificou a música africana primitiva. As primeiras mudanças dessa influência nos EUA foram observadas com a popularização da quadrilha, uma dança regional francesa.
No Brasil, foram os ritmos da música folclórica portuguesa os primeiros sintomas alienígenas a influenciarem as raízes africanas. Essas mudanças processaram-se lentamente e possivelmente muita coisa perdeu-se na poeira do tempo.
No lado americano, o ragtime, de caráter fortemente sincopado, foi um prolongamento natural da amálgama entre a música dos escravos, a quadrilha francesa e a música de uma dança conhecida como cakewalk.
O pianista Scott Joplin (1868-1917) foi o mais famoso compositor de ragtime, influenciando incontáveis músicos. Por alguma razão aparentemente misteriosa até hoje não detectada, a música de Ernesto Nazareth (1863-1934), um dos precursores do chorinho, da polca e da valsa em nosso país, soa como parente muito próximo do ragtime. Essa constatação levou alguns musicólogos e tentarem desvendar o vínculo entre o ragtime e o chorinho, antecessores legítimos do jazz e da música popular brasileira, porém foram baldados os esforços nesse sentido. .
Afinal, como o jazz influenciou a música brasileira ? No início dos anos 20 do século passado, o fox-trot chegou ao Brasil interpretado por conjuntos americanos que tocavam no Teatro Assyrio, na época a principal casa noturna do Rio de Janeiro. Os músicos brasileiros acotovelavam-se para ouvir os americanos, aprendendo as melodias, assimilando os ritmos, o fraseado e os maneirismos da execução do fox-trot, absorvendo uma influência que se acentuaria nas décadas seguintes.
Quando chegaram ao Brasil os primeiros discos das orquestras de Paul Whiteman, Jean Goldkette, Fred Waring e Eugene Ormandy, nossos músicos buscavam emular o estilo dessas formações, que ocorreram principalmente nas orquestras de Fon-Fon, Romeu Silva, Simon Boutman e Francisco Marti, entre outras.
O cinema sonoro popularizou e música americana em todo o mundo e no Brasil não foi diferente, principalmente a partir dos anos 40 com as presenças em filmes musicais das orquestras de Glenn Miller, Artie Shaw, Tommy Dorsey, Benny Goodman e Harry James. Foi quando surgiram as orquestras de Napoleão Tavares, Silvio Mazzuca, Zaccarias e os Mid-Nighters, Peruzzi e a famosa Tabajara, cujo líder e clarinetista Severino Araújo foi influenciado por Benny Goodman.
A influência do jazz acentuou-se cada vez mais. Nossos instrumentistas - com exceção dos intérpretes de choro, da música tradicional e dos ritmos nordestinos – foram influenciados pelos músicos de jazz.
Afinal, quando, como e onde começou a mistura do jazz com o samba que resultou na música instrumental brasileira moderna?
A semente que germinou essa fusão foi plantada em abril de 1953 pelo violonista Laurindo Almeida e o saxofonista Bud Shank quando gravaram o seminal disco "Brazilliance", em Los Angeles. Nesse disco experimental, o violonista brasileiro e o saxofonista de jazz apresentaram uma novidade revolucionária: as improvisações de Shank tocando repertório brasileiro em linguagem jazzística. Em grande forma, Shank adaptou-se inteiramente ao contexto, assentando as bases do que na década seguinte chamariam de jazz-samba, mas no Brasil ficou conhecido por samba-jazz. O impacto daquele disco em nosso meio musical foi extraordinário, abrindo as portas para um estilo até então inimaginável. Curiosamente, na época um conhecido saxofonista brasileiro declarou enfaticamente que era impossível improvisar sobre música brasileira, porém, posteriormente, ele adotou a improvisação jazzística na temática brasileira dos seus discos.
"Brazilliance" foi editado no Brasil pela gravadora Musidisc e conquistou imediatamente uma nova geração de músicos que vieram a ser figuras de relevo na bossa nova e, posteriormente, no samba-jazz.
Outro fator importante precursor do samba-jazz no Brasil foi o revolucionário disco "Turma da Gafieira", com Altamiro Carrilho (flauta), Zé Bodega e Maestro Cipó (saxes-tenor), Raul de Souza (trombone), Sivuca (acordeão), Baden Powell (violão), José Marinho (baixo) e Edison Machado (bateria). Além das improvisações nos solos, a atuação de Edison Machado incorporou uma inovação que causou surpresa, desagrado e controvérsia entre os renitentes cultores do samba: ele utilizou os pratos da bateria em seus estimulantes acompanhamentos, algo totalmente inédito e inconcebível para os músicos da época.
Mas, o que é improvisação jazzística? Para um músico, improvisar significa criar novas melodias sobre a estrutura harmônica de uma composição ao sabor da sua imaginação. Em outras palavras, ter total liberdade para expressar sua própria concepção explorando suas idéias melódicas num clima prevalecendo a espontaneidade e a originalidade, injetando variações de coloridos tonais, nuances rítmicas e inflexões. Por isso o jazz é a música do indivíduo e a improvisação é um elemento essencial da sua linguagem.
Para avaliar esses elementos inseridos pelos solistas, é suficiente comparar as inúmeras gravações das mesmas músicas por diversos músicos, constatando que todas diferem das demais porque cada músico improvisa à sua própria maneira.
A prova que a maioria dos instrumentistas brasileiros foi influenciada pelo jazz era evidenciada nas jam sessions que se realizavam no Rio de Janeiro nos anos 50 e 60. Essas sessões informais aconteceram nos auditórios da Associação Brasileira de Imprensa, Associação Cristã de Moços, Clube Mackenzie, Fluminense Futebol Clube e Associação Atlética Banco do Brasil, entre outros locais, atraindo numeroso público. Entre seus habituais participantes contavam-se Julio Barbosa, Clélio Ribeiro, Santos e Wagner Naegele (trompetes), Paulo Moura, Jorginho, Zé Bodega, Moacir Santos, Maestro Cipó, Aurino Ferreira, Moacir Silva e Hélio Marinho (saxofones), K-Ximbinho (clarinete), Nelson dos Santos, Norato, Astor, Macaxeira e Duba (trombones), Dinarte Rodrigues e Bola Sete (guitarra), Hugo Lima, Chaim Lewak e Fats Elpidio (piano), Vidal, Luiz Marinho e José Marinho (baixo), Anestaldo, Paulinho Magalhães e Sutti, (bateria).
Nos anos 50, o radialista Paulo Santos promoveu dois concertos de jazz no teatro Muncipal do Rio de Janeiro, com amplo sucesso.
A partir de 1958, a bossa nova conquistou imediatamente a juventude brasileira ocasionando uma radical transformação melódico-harmônico-rítmica na nossa música popular, inaugurando o período moderno da MPB.
Dois acontecimentos importantes ocorridos em 1961 deram um impulso extraordinário à música brasileira moderna quando tocaram no Brasil os conjuntos American Jazz Festival e o quinteto do trompetista Dizzy Gillespie. Seus músicos ficaram encantados ao ouvirem bossa nova pela primeira vez, cuja existência desconheciam. Ao regressarem, Dizzy Gillespie, o trombonista Curtis Fuller, os saxofonistas Coleman Hawkins e Zoot Sims, o flautista Herbie Mann e o pianista Lalo Schifrin gravaram discos com temas de bossa nova. Em março de 1962, o saxofonista Stan Getz gravou o disco "Jazz Samba" com o quarteto do guitarrista Charlie Byrd; seu sucesso imediato e estrondoso traduziu-se na venda de 1 milhão e 600 mil cópias na primeira semana. .
Motivado pelo sucesso fulminante da nova música brasileira, em novembro de 1962, Sidney Frey, presidente da gravadora Áudio Fidelity, organizou um concerto de bossa nova no Carnegie Hall, o templo da música americana, em Nova Iorque. Vários músicos, cantores e conjuntos brasileiros apresentaram-se no evento, aumentando o interesse dos americanos pela bossa nova. O concerto foi gravado pela Áudio Fidelity no disco "Bossa Nova at Carnegie Hall".
As emissoras de rádio americanas tocavam discos de bossa nova sem parar. Foi a abertura não oficial de um mercado internacional de trabalho para nossos músicos e cantores.
Paralelamente, músicos e cantores americanos gravaram uma enxurrada de discos de bossa nova, vários com participações de artistas brasileiras, incluindo Sérgio Mendes, Tião Neto, Hélcio Milito e Chico Batera.
Enquanto isso, as noites no lendário Beco das Garrafas, em Copacabana, atraíam platéias de jovens ávidos em ouvir a nova música. Os quatro clubes daquele logradouro (Little Club, Bottle's, Bacará e Ma Griffe) lotavam todas as noites. Nesse particular, o Beco das Garrafas foi a versão nacional da Rua 52, em Nova Iorque, que nos anos 40 foi o pólo efervescente onde tocavam os grandes jazzmen da época. Todas as noites acontecia algo novo no Beco, fosse uma nova composição, um arranjo mais elaborado, o aparecimento de um músico ou cantor de talento, e o ambiente fervilhava até alta madrugada. Apresentaram-se nos clubes do Beco, entre inúmeros outros, Sérgio Mendes, Dom Salvador, Luiz Eça, Raul de Souza, J. T. Meirelles, Agostinho dos Santos, Baden Powell, Mauricio Einhorn, Milton Banana, Claudette Soares, Alaíde Costa, Marisa Gata Mansa, Leny Andrade (com 17 anos, sendo menor de idade era acompanha pelo pai), Pery Ribeiro, Julio Barbosa, Maestro Cipó, Hugo Marotta, Silvio Cesar, Orlann Divo, Tenório Junior, Jorginho Ferreira da Silva, Edson Maciel, João Luiz Maciel, Durval Ferreira, Dom Um Romão, Chico Batera, Victor Manga, Tião Neto, Rosinha de Valença, Manuel Gusmão, Luiz Carlos Vinhas, Hélcio Milito, Bebeto Castilho, Sylvinha Telles, Dóris Monteiro, Wanda Sá, Tito Madi, Sergio Ricardo, Candinho, Mario Castro Neves, Osmar Milito, Aurino Ferreira, Sérgio Barrozo, Roberto Menescal, Alberto Castilho, Ronaldo Vilela, Oscar Castro Neves, Jorge Ben, Toninho Oliveira, Sérgio Augusto, Marcos Valle, Lúcio Alves, Antonio Adolfo, Chico Feitosa, Mario Telles, Moacir Marques, Juarez Araújo e Odette Lara.
Nesse período surgiram os trios de piano-baixo-bateria que fariam história tocando temas brasileiros com improvisação jazzística, o que germinou e cristalizou definitivamente o samba-jazz. Entre dezenas deles, despontaram Tamba Trio (LPs "Tamba Trio", "Avanço" e "Tempo"), Sambalanço Trio (LP "Sambalanço Trio"), Milton Banana Trio (LPs "Samba é isso - vol. 4", "Balançando" e "Vê"), Salvador Trio (LPs "Salvador Trio" e "Rio 65 Trio"), Tenório Junior Trio (LP "Embalo"), Bossa Três (LP "Bossa Três em Forma"), Jorge Autuori Trio (LPs "Vols. 1 & 2"), Primo Trio (LP "Sambossa"), além do Embalo Trio, Bossa Jazz Trio e Trio 3-D.
Outras formações que brilharam no Beco foram o sexteto Sérgio Mendes & Bossa Rio (LP "Você Ainda não Ouviu Nada!"), Meirelles e Os Copa Cinco (LPs "O Som" e "O Novo Som"), os conjuntos de Raul de Souza (LPs "Impacto" e "À Vontade Mesmo"), Baden Powell (LPs "À Vontade" e "Tempo Feliz", com Maurício Einhorn), Edison Machado (LP "Edison Machado é Samba Novo"), Paulo Moura (LPs "Quarteto" e Hepteto"), Luiz Henrique (LP "A Bossa Moderna de Luiz Henrique"), Julinho Barbosa (LP "100% Bossa"), Luiz Carlos Vinhas (LP "Novas Estruturas"), Moacir Marques (LP "Jazz e Bossa Nova"), Os Catedráticos (LP "Ataque"), Fats Elpidio (LP "Piano Bossa Nova"), Sete de Ouros (LP "Impacto"), Victor Assis Brasil (LP "Desenhos"), Waltel Branco (LP "Mancini Também É Samba), Nelson dos Santos (LP "Brasil Bossa Nova").
Na mesma época surgiram em São Paulo dezenas de músicos e conjuntos que aderiram ao samba-jazz, entre os quais Zimbo Trio, com Amilton Godoy, Luiz Chaves e Rubens Barsotti (LPs "Zimbo", "Zimbo convida Sonny Stitt" e "Caminhos Cruzados"), Breno Sauer (LP "4 na Bossa"), Luiz Loy Quinteto, Conjunto Som 4, Jongo Trio (LP "Jongo Trio"), Quarteto Novo, Manfred Fest Trio (LPs "Bossa Nova, Nova bossa", "Evolução" e "Alma Brasileira"), Pedrinho Mattar Quarteto, Guilherme Vergueiro (LPs "Naturalmente" e "Live in Copenhagen"), Erlon Chaves (LP "Sabadabada"), Sambrasa Trio, Som 3, Os Cinco-Pados, Sansa Trio, Octeto de Cesar Camargo Mariano, Casé (LP "Samba Irresistível"), Luiz Chaves (LP "Projecão"), Paulinho Nogueira, André Geraissati (fundador do emblemático Grupo D"Alma) e muitos mais.
Abrindo um parêntesis, no final dos anos 50, antes de afirmação da bossa nova, dois músicos brasileiros foram para os Estados Unidos em busca de novas oportunidades: o guitarrista e violonista Bola Sete e o pianista e compositor João Donato, sendo bem-sucedidos. Bola Sete tocou com Dizzy Gillespie e Vince Guaraldi.além de gravar vários discos; Donato atuou com Mongo Santamaría, Bud Shank, Tito Puente, Astrud Gilberto e outros.
Durante suas férias no Rio de Janeiro, em 1963, Donato gravou dois dos melhores discos da sua carreira: "Muito à Vontade" e "A Bossa Muito Moderna de Donato". Regressando ao Brasil em 1973, retomou sua carreira, mas depois sofreu uma paralisação; a partir dos anos 80 trabalhou intensamente e continua até hoje apresentando-se em inúmeros países do mundo, incluindo Estados Unidos, Europa e Japão, onde granjeou um grande público cativo, além de gravar abundantemente.
Com o sucesso do rock & roll em todo o mundo nos anos 60, a bossa nova e o samba-jazz deixaram de ser a música da juventude brasileira porque ganhava força e popularidade a Jovem Guarda, invadindo como um tsunami os meios de comunicação do pais. Foi quando Mauricio Einhorn declarou sua famosa frase: "A saída para o músico brasileiro é o Aeroporto do Galeão", que alguns mal-informados atribuem a Tom Jobim. Muitos deixaram o país em busca de outras paragens para tentar a sorte. Alguns foram bem-sucedidos, outros nem tanto. Daqui partiram Sergio Mendes, Dom Salvador, Oscar Castro Neves, Eumir Deodato, Manfredo Fest, Luiz Bonfá, Guilherme Vergueiro, Edison Machado, Julio Barbosa, Raul de Souza, J. T. Meirelles, Hélcio Milito, Rosinha de Valença, Wanda Sá, Luiz Henrique, Fernando Martins, Cláudio Queiroz (Cacau), Romero Lubambo, Nilson Matta, Hélio Alves, Duduka da Fonseca, Portinho, Mario Castro Neves, Raul Mascarenhas, Claudio Roditi, Marcos Resende, Alfredo Cardim, Paulo Braga, Ion Muniz, Edson Lobo, Tita, Rodrigo Botter Maio, Hélio Celso, Haroldo Mauro Junior, Irio de Paula, Nenê, Flavio Goulart, Cleber Alves, Nico Assumpção, Tania Maria e outros. Vale ressaltar que vários desses músicos tocam com freqüência em festivais de jazz europeus e americanos.
Enquanto no Brasil a bossa nova e o samba-jazz estavam em recesso forçado devido às preferências do público roqueiro, em outros países continuavam sendo apreciados e cultuados, valorizando nossos artistas, que ganharam novos mercados internacionais solidificando suas carreiras.
Essa valorização no exterior, inclusive com a edição de centenas de discos de bossa nova e samba-jazz nos Estados Unidos, Europa e, principalmente, Japão, ocasionou uma reviravolta no Brasil com o retorno do samba-jazz no repertório dos músicos mais jovens.
Deve-se mencionar que a realização dos dois Festivais de Jazz de São Paulo, em 1978 e 1980, Rio Jazz Monterey Festival, no Rio de Janeiro, em 1980, despertaram o interesse de milhares de pessoas, que passaram a dar maior atenção à nossa música instrumental. Em decorrência desses três eventos, que movimentaram as duas maiores cidades do país, as novas gerações de músicos surgidas a partir dos anos 80/90 trouxeram uma injeção de sangue novo ao samba-jazz.
Entre os que firmaram-se citamos os pianistas Hamleto Stamato, Kiko Continentino, David Feldman, Marcio Hallack, Itamar Assiere, André Dequech, Jota Moraes, Delia Fischer, Silvia Góes, Rique Pantoja, Rafael Vernet, Adriano Souza e André Mehmari, baixistas Paulo Russo, Dôdo Ferreira, Célio de Barros, Augusto Mattoso, Rodolfo Stroeter, Arismar do Espírito Santo, Sizão Machado, Zeca Assumpção, Kiko Mire, Dudu Lima, Adriano Giffoni, Zé Luiz Maia e Enéias Xavier; bateristas Rafael Barata, Duda Neves, Esdras "Nenem" Ferreira, André "Limão" Queiroz, Carlos Bala, Lincoln Cheib, Erivelton Silva, João Cortez, Ivan Conti, Edu Ribeiro, Edvaldo Ilzo e Magno Bissoli; guitarristas Magno Alexandre, Felipe Poli; Hélio Delmiro, Lula Galvão, Cláudio Guimarães, Juarez Moreira, Geraldo Vianna, Tabajara Melo, Weber Lopes e Gilvan de Oliveira; trompetistas Daniel D'Alcantara, Paulinho Trompete, Altair Martins, Nilton Rodrigues e Jessé Sadoc, saxofonistas Nailor Proveta, Teco Cardoso, Marcelo Martins, Eduardo Neves, Zé Canuto, Daniel Garcia, Chico Amaral, Fernando Trocado, Widor Santiago, Cacá Malaquias, Cleber Alves e Vinicius Dorin; trombonistas Vittor Santos, Bocato, Valdivia Ayres e Roberto Marques..A lista é virtualmente interminável.
O samba-jazz chegou para ficar conquistando uma relevante posição na música brasileira. Apesar de combatido pelos renitentes xenófobos de plantão, que desdenhosamente insistem em afirmar tratar-se de música americana, continua conquistando novos talentos e adeptos no Brasil e em vários países do mundo.
A despeito desses handicaps, o samba-jazz resiste bravamente, nossos músicos prosseguem espargindo sua música em concertos, casas noturnas, bares, quiosques, espaços oficiais e alternativos, com boa afluência de público, além de continuar sendo grande atração no Japão, onde tem público cativo, nos festivais europeus e americanos.
2 comentários:
Ola, Jose Carlos, tudo bem?
Amo jazz, bossa e samba de raiz e sou apaixonada por Buzios. Vou fazer uma festa para oitenta pessoas em fevereiro. Gostaria de dicas suas para saber quem sao os bons musicos da cidade que topariam fazer um show para meus convidados. Som bom por um preco justo, ok?
Muito obrigada. qual seu email?
Anônimo,
Desculpe não ter respondido na época. Sei que já passou muito tempo, mas não tinha oi costume de olhar os comentários antigos. meu e-mail é jose@freitas.blog.br
[]´s
José
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