Uma Biografia
Incompleta
Luiz Mainzl da Cunha Eça nasceu em 3/04/1936 e faleceu em
24/05/1992.
Luiz Eça ganhou seu primeiro piano aos quatro anos. Era um
pianinho de brinquedo. A sua primeira professora foi a pianista russa Zina
Stern, amiga de seus pais, que lhe ensinou durante quatro anos as técnicas de
piano das escolas francesas e russas. Após um período de muita brincadeira e
pouca música retorna, aos 14 anos, aos estudos sistemáticos. No Conservatório
Brasileiro de Música apresenta seu primeiro recital.
Nessa época, início dos anos 1950, passa a ter aulas com
Madame Petrus Verdier, segundo Luiz, sua grande mestra. Sua família já tinha se
mudado para Ipanema, Luiz estudava no colégio Mallet Soares, em Copacabana, e
tinha aulas de piano com Madame Verdier na Lagoa.
Aos 14 anos faz seu primeiro baile, no “Clube Caiçaras”,
Lagoa, RJ.
Aos 15 anos Luiz compõe a música “Melancolia”, apresentada pela
primeira vez em 03/04/1952 no programa “Um Fio de Melodia”, na Rádio Nacional.
De 1951 a
1952 se apresenta com Aníbal Augusto Sardinha “Garoto” na Rádio Nacional, com
arranjos de Alexandre Gnatalli.
Aos 17 anos, o jovem pianista, começa a tocar na boate
Vogue, RJ, local do famoso Café Society da época. Só grã-fino. Luiz tem grande
trânsito com o público estrangeiro em visita ao Brasil porque fala francês,
inglês e espanhol fluentemente. Berço. Com essa idade Luiz só podia tocar na
noite com permissão judicial.
1954 – Passa a integrar o conjunto de Sivuca, que se torna
seu grande amigo para a vida toda, e depois com o “Trio Penumbra”, com Candinho
ao violão e Jambeiro no contrabaixo.
Ao voltar ao Brasil, Luiz cai na noite. É convidado a deixar
o Conservatório Brasileiro de Música e perde a bolsa de estudos do Ministério
da Educação. Sua conduta não condizia com a postura da escola.
1956 – Grava o LP “Um Piano na Madrugada”.
Luiz Mainzi da Cunha Eça era apenas um rapaz de dezoito anos recém-completados
quando se apresenta com Aníbal Augusto Sardinha, o “Garoto”, num baile do clube
Monte Líbano, RJ, em 5 de junho de 1954.
“Eram dois garotos com um talento extraordinário brindando
os presentes naquele baile com performances certamente inesquecíveis. Luizinho,
assim como Garoto o chamava, participa de algumas rodas de choro no sítio de
Garoto em Areal, RJ.”
Estas rodas de choro no sítio de Garoto eram frequentadas
por Radamés Gnattali, que possuía também um sítio ao lado deste, Chiquinho do
Acordeon, Dr. Alberto Ribeiro e Furinha, dentre outros. Em algumas ocasiões,
Luizinho ia para lá acompanhado de Candinho, seu companheiro no Trio Penumbra.
No diário de Garoto há a seguinte anotação:
"Sábado, 03 de julho: Luizinho
e Candinho estão passando estes dias conosco. A noite, chorinho gostoso com
Radamés”.”
As informações acima são de Jorge Mello – Sovaco de Cobra (09/08/2007).
1955 - Grava seu primeiro disco: “Uma Noite no Plaza”. Luiz
ao piano, Ed (Eduardo Lincon) Lincoln no contrabaixo (depois passa para o piano
e órgão) e Paulo Ney na guitarra. Esse era o famoso “Trio Plaza”.
Após esse disco Luiz Eça ganha uma bolsa para estudar em
Viena. A família Guinle, muito amiga dos Eça financia sua viagem e estadia. O
presidente Juscelino Kubistchek, ao ouvir o menino tocar “Peixe Vivo” facilita a
burocracia.
A sua temporada no conservatório em Viena foi bastante atribulada.
Em um dever de classe foi obrigado a escrever um arranjo para piano e quarteto
de cordas. Luiz escolhe a música “Duas Contas”, obra prima de “Garoto´, grande
violonista brasileiro. Luiz recebe nota zero por fazer arranjo para um
compositor de música popular. Obviamente foi expulso da escola. Problema da
escola. Antes de voltar ao Brasil, Luiz perambula pelas noites pelos bares de
Viena tocando jazz com Frederich Goulda, outro grande professor.
Outra passagem interessante: no primeiro concurso de piano,
Luiz foi reprovado, tinha que interpretar uma peça de Hyndn sem partitura. Luiz
esquece a segunda parte e improvisa em cima do tema. Alguns membros da comissão
julgadora ficam impressionados e se confessam perplexos com a habilidade: como
alguém poderia improvisar sobre uma obra tão complexa respeitando a harmonia
original? É assim que a banda toca.
1956 – Grava o LP “Um Piano na Madrugada”.
Nesse disco temos novamente Ed Lincoln e Vidal no
contrabaixo e Juquinha na bateria. É um disco com aquela atmosfera “Copacabana Anos
1950”, com seus “nightclub” e whiskey”. Mesmo para quem não bebe, é uma
tentação.
O trio que grava esse disco é o mesmo que já batia ponto na
boate Plaza, em Copacabana, RJ, substituindo Johnny Alf, que partira para São
Paulo para tocar na Baiúca. Todos que frequentavam o Plaza para assistir Johnny
Alf passam a ir ao Plaza para assistir Luizinho Eça.
1956 – Grava o PL “Sambas da Saudade”.
É Luiz Eça ao piano acompanhado por um coro. Aliás, diversos
coros.
1958 – Participa de um Show no auditório do Grupo
Universitário Hebráico, na Rua Fernando Osório, no Flamengo, RJ. A turma era de
garotos que um dia fariam sucesso. Entre eles: Sylvinha Telles, Chico Feitosa,
Nara Leão, Carlos Lyra, Normando, acompanhados por Roberto Menescal, na
guitarra; Luizinho Eça, ao piano; Bebeto ao sax; Bill Horn, à trompa; Henrique
no contrabaixo e João Mário na bateria. Ronaldo Bôscoli foi o apresentador.
Luiz Eça, com 22 anos, já era um veterano.
1959 – 22/09/59 – “10 Festival de Samba Session”,
realizado na Faculdade Nacional de Arquitetura, na Praia Vermelha, Rio de
Janeiro. Esse show era para ter ocorrido na PUC/RJ, mas os padres proibiram a
participação de Norma Bengell, pois a consideravam quase uma artista pornô para
a época.
1959 – Escola Naval.
A Turma acima é chamada para uma apresentação na Escola
Naval, no centro do Rio de Janeiro, em 13 de novembro. Nesse show Luiz Eça toca
com os irmãos Castro Neves. Na foto
vemos Ronaldo Bôscoli, Luiz Eça, Sylvinha Telles, Henrique, Chico Pereira, Luiz
Carlos Vinhas e Roberto Menescal.
1959 - Escola Naval.
Bebeto Castilho (flauta), Herbie Man (flauta), Hélcio Milito
(bateria), Luiz Eça (piano), Tião Neto (Baixo),
Ainda na foto, Luiz Carlos Vinhas, Ronaldo Carvalho (jornalista) Paulo
Cesar de Oliveira, Sérgio Barroso, Yara Menescal e o cartunista Leon Eliachar.
1960 – “A Noite do Amor, do Sorriso e a Flor” na Faculdade
de Arquitetura da Praia Vermelha, Rio/RJ. Tamba Trio in Concert.
Ensaiando o vocal: Alíde Costa, Ayres de Carvalho, André
Spitzman, Jordan, Oscar Castro Neves, Luiz Eça, Roberto Menescal e Dulce Nunes.
1960 – No início dos anos 60 duas boates do Rio abriram suas
portas para uma turma que tocava mais pesado e gostava de jazz. Era o Little Club com as suas domingueiras e o Bottle’s. Ambas
em um beco na Rua Duvivier, conhecido como Beco das Garrafas. Grandes músicos,
que depois do trabalho iam para lá dar uma canja. A diferença da turminha da
PUC e da Hebráica é, que aí o nível era lá em cima. Eram músicos cascudos, só
feras. Luiz Eça era um deles. A relação dos músicos que tocou nesses dois
ambientes daria uma biografia à parte. No livro “Chega de Saudade”, Ruy Castro
apresenta a turma.
1961 - Leny Andrade.
1961 - Leny Andrade.
Acompanhamento do Tamba Trio.
1961 – Tijuca Tennis Club.
Nara Leão e o Tamba Trio (Luiz Eça, Ohana e Bebeto).
Anos 1960 – Pedra do Arpoador, Rio de Janeiro, RJ.
Em sentido horário: Luiz Eça, Normando (em pé com o violão),
Ronaldo Bôscoli, Hélcio Milito, Luiz Carlos Vinhas, Bebeto Castilho, não
identificado e Chico Feitosa (com óculos escuros).
Ronaldo Bôscoli, Luiz Eça, Oscar Castro Neves (bateria),
Chico Feitosa (sentado)
e João Mário (em pé no fundo).
Anos 1960.
Flávio Ramos, Don Payne, Chico Feitosa, Luiz Eça, Roberto Menescal e Jorginho Guinle.
Anos 1960
Luiz Eça, Oscar Castro Neves, Nara Leão e Vinícius.
1960 – O Tamba Trio acompanha Sammy Davis Jr. no Teatro
Record, em São Paulo.
1961 – Tamba Trio explode no Beco das Garrafas. Luiz Eça,
Bebeto e Hélcio Milito. Grandes músicos que influenciam inúmeros trios com a
formação piano, baixo e bateria, uma formação jazzística, mas com uma levada
2/4 do samba. Não era aquela coisa chatinha e intimista de banquinho e violão
de João Gilberto, era a hard-bossa, ou samba-jazz para alguns. Uma música
instrumental vibrante e complexa, misturando o popular e o erudito com muita
escala blues (blue note). A caraterística desses grupos é a improvisação com
fraseado jazzístico e agressividade; bateria utilizando baqueta e não
vassourinha. Deu pra entender?
Ligados em música instrumental, os solistas dessas “jams”
eram mais venerados que os cantores. Foi aí que Elis Regina pediu pra sair e foi
pra São Paulo cantar com Jair Rodrigues “Deixa que digo que pense e que fale”.
Aí, já é outra história.
Antes do Tamba, Luiz Eça já havia formado um trio com o
baixista Octavio Bailly Jr. e o baterista Hélcio Milito. Logo depois veio
Bebeto Castilho, com sua flauta, sax, baixo e vocal. Estava formado o Tamba
Trio.
A estreia oficial do Tamba Trio (19/03/1962) se deu na boate
Bottle’s, localizada no “Beco das Garrafas”, pequeno beco da Rua Duvivier, em
Copacabana. Nesse pequeno beco estavam localizadas as boates Little Club,
Baccarat, Bottle’s e Ma Griffe, o principal reduto dos grupos de música
instrumental de samba-jazz no início dos anos 1960 no Rio de Janeiro.
Vamos dizer “oficial”, porque o trio já tocava regularmente
na TV Continental toda sexta-feira à noite. Otávio Bailly havia acabado de sair
do serviço militar, ou seja, garotada fazendo graça.
Além da influência jazzística, Luiz Eça incorporou
conhecimentos harmônicos provenientes da música erudita e impressionista que
ele conhecia como ninguém: harmonias de Rachmaninov, de Ravel, principalmente
de Debussy (O Impressionismo tenta expressar um estado de espírito, um
sentimento vago, uma atmosfera): inversões de acordes, acordes de 5 e 6 vozes à
partir da 3ª superposta (9ª,11ª, 13ª), acordes de 4ª superposta (quartal),
ostinato, baixo pedal, modulações a tons afastados, e muito mais. Um exemplo
disso pode ser encontrado na música “O amor em paz” de Tom e Vinícius, gravada
pelo Tamba.
Essa foi uma das grandes contribuições de Luiz Eça. A turma
não conhecia nada disso. Tinha muita gente que tocava de ouvido, alguns eram
fenomenais, como Luiz Carlos Vinhas e Edison Machado, mas tiveram muitas
dificuldades no meio artístico cada vez mais exigente. Principalmente com a
turma do jazz que visitava o Brasil e conhecia o babado das 5 linhas. Alguns
não se criaram nos EUA. Músicos fenomenais, embora analfabetos musicais. Uma
pena.
Tamba Trio – Luiz Eça, Hélcio Milito e Bebeto.
Tamba Trio – Luiz Eça, Ohana e Bebeto.
1961 – Tony Bennetti no Brasil.
Chico Feitosa cantando algo na festinha.
Chico Feitosa, Luiz Eça, Roberto Menescal e Tony Bennetti.
Luiz Eça, Roberto Menescal e o músico americano Don Payne,
aprendendo alguns acordes com o Menesca.
1973 - A Bolha "Um Passoa à Frente"
1980 - 2o Festival Internacional de Jazz de São Paulo.
Jerzy Milewski é um violinista polonês radicado no Brasil e naturalizado brasileiro.
Amante da música brasileira.
As fotos acima, foram tiradas na casa do empresário Flávio Ramos,
futuro dono do restaurante “Bon Gourmet”. Não existe mais.
1961 – Foto Histórica.
Ronnie Mesquita, Ohana, Otávio Bailly, Luiz Eça, Luiz Carlos
Vinhas e Bebeto Castilho.
O Tamba Trio e o Bossa Três. Caramba!
1961 - Grava o LP Luiz Eça & Astor Silva “Cada Qual o
Melhor”.
1961 – LP “Barquinho”
Maysa e Tamba Trio. Na capa desse disco a dama da noite
Maysa aparece em um veleiro na enseada de Botafogo, RJ, acompanhada do Tamba
Trio (Luizinho Eça, Bebeto e Hélcio Milito), mais Luiz Carlos Vinhas e Roberto
Menescal.
1961 - Luiz Eça e o Tamba Trio excursionam com Maysa para a
Argentina , Chile e Uruguai. Haja uísque. Nessa excursão nós podemos ver algo
interessante: Luiz Carlos Vinhas e Luiz Eça disputando o piano. O combo oficial
era Luiz Carlos Vinhas, Menescal, Otávio Bailly Jr e Bebeto, ou seja: meio
Tamba e meio Bossa Três. Luiz Eça foi apenas colocar as bolinhas no lugar certo,
os tais arranjos, quando entrava alguma orquestra. É assim que a banda toca. Na
realidade, essa foi a primeira experiência de Luiz Eça como arranjador de
orquestra e regência de cordas. Também foi a primeira experiência internacional
do grupo. Não foi o primeiro uísque.
Só alegria.
Hélcio Milito, Luiz Eça, Maysa, Roberto Menescal, Bebeto e
Luiz Carlos Vinhas.
1962 - Tema de Abertura do programa Chico Anysio Show. Ainda era na TV Rio
1962 - Recordando Carlinhos Guinle
O Tamba Trio toca duas músicas de autoria de Carlos Guinle: Choro e Sambão. Mais tarde, Carlinhos Guinle, como era conhecido, irá compor também com Dorival Caymmi.
1962 – LP “Tamba Trio - Debut”.
* Contracapa do disco "Debut": Começou no Botlle’s, um dos
tradicionais pontos de reunião dos “jazzmaníacos” e apreciadores da moderna
música brasileira das noites cariocas. Lá, com casas lotadas, três jovens
idealistas deram início a um dos capítulos mais importantes da música popular
brasileira moderna. Com características próprias e nunca vistas em um grupo
musical em nossa terra, o Tamba Trio colocou-se alguns passos à frente no
cenário musical do nosso país.
Daí, um providencial convite da Divisão Cultural do
Ministério das Relações Exteriores do Brasil e em julho de 1962, para
representar o Brasil no exterior, embarcavam para os EUA para cumprir uma das
mais proveitosas excursões artísticas já efetuadas por artistas brasileiros ao
exterior.
Iniciada em Nova York,
no famoso “Village Vanguard”, Meca do Jazz, onde foram aplaudidos de pé pelos
entusiasmados aficionados da música moderna. Depois foi o “Shopping Center” de
Minneapolis que assistiu a mais uma consagradora exibição do trio. Chicago
encerrou com “chave de ouro” esta rápida, porém vitoriosa, temporada por terras
americanas. Lá, na grande “Feira Internacional”, o grupo recebeu uma estrondosa
ovação popular, sendo considerado como o melhor conjunto dentre os trinta
outros, de vários países. Nessa temporada o Trio aparece nos rádios, TV’s e
imprensa. Grande sucesso. Foi a primeira exposição da música brasileira como um
produto acabado e não como uma música folclórica.
Daí, a música popular brasileira começou sua grande projeção
no exterior. Choveram então inúmeros convites para shows, TVs, etc., contudo,
voltaram ao Brasil a fim de cumprirem um contrato na boate “Au Bom Gourmet”. Discão.
É importante ressaltar, que o Tamba Trio era basicamente um
grupo de música instrumental e os dois primeiros discos ficaram durante longo
tempo no ranking dos mais vendidos no Rio de Janeiro. Muitos trios surgiram a
partir desse sucesso explorando esse nicho de mercado.
1962 – Tamba Trio excursiona por E.U.A. e Argentina.
* Curiosidades.
1962 – Em junho o Brasil é bicampeão mundial de futebol no
Chile. Sem Pelé e com Mané.
1962 – A Bossa Nova se apresenta no Carnegie Hall (Nova
York) e ganha os holofotes mundiais. Logo em seguida é gravado o antológico LP
“Getz & Gilberto”. Muitos músicos foram para os Estados Unidos seguindo
essa avalanche. Arranjadores, como Luiz Eça e Eumir Deodato, Moacir Santos,
Oscar Castro Neves fixaram residência. Alguns não voltaram. Luiz, assim como
Ary Barroso, anos antes, voltou. Luiz chegou a ter uma proposta para se fixar nos
EUA e receber o Green Card. Recusou. O Brasil passa a exportar música de
qualidade, não apenas pandeiro, cavaquinho e violão.
1962 – O Tamba Trio cria o samba-jazz (Bottles – RJ). Todo mundo
queria saber o que era aquilo. Isso é Bossa Nova? Era a Bossa com os
fundamentos dos trios do West-Coast, jazz americano e o piano erudito e
sincopado de Luizinho. Tudo isso junto e misturado ao swing e ao samba 2/4 nas
mãos de um virtuose. Entendeu? Samba em 6/8 ou 5/4 ou seja lá qual for a
divisão. Chapa quente. Esse era o Tamba.
Em 1963 o Tamba Trio recebe o prêmio Euterpe-63 de “Melhor
Pequeno Conjunto Instrumental”.
1963 – Tamba Trio “Avanço”.
Luiz Eça, Bebeto, Hélcio Milito e o violão de Durval
Ferreira, conhecido como o "Gato".
1963 – Eliana Pittman & Booker Pittman – LP “News from
Brazil”.
O Tamba Trio está nessa fita aí de cima.
1963 – Carlos Lyra “Depois do Carnaval”.
Tamba Trio completo, e em forma, nesse disco do Carlos Lyra.
1963 – João Mello “A Bossa do Balanço”.
Tamba Trio novamente na fita.
1964 – Brigitte Bardot visita Luizinho Eça e sua esposa
Lenita na Rua Visconde de Albuquerque, no Leblon. Foi amor à primeira vista. Os
dois naquele francês e uma cordialidade que poucos entendiam, cada um com seu
charme. A nata da Bossa Nova aparece para fazer uma graça para a ilustre
convidada: Tamba Trio completo, Vinícius de Moraes (pegador), Luiz Bonfá, Wanda
Sá (garota), Edu Lobo, Dori Caymmi, Oscar Castro Neves e o playboy marroquino Zagury
que pegou (já estava pegando) a bela e a levou pra bem longe, pra Búzios. Aí,
como dizem, já é outra história.
1964 – Paul Winter “Rio”.
Paul Winter, pensando que era Stan Getz, gravou esse
disquinho aí com o Tamba.
É um bom disco.
1964 – Flora Purim “Flora é MPM”.
Com 12 anos Flora já cantava afinada com os arranjos de Luiz
Eça. De tradicional família judaica, cai
na noite, logo nos braços do batera Dom Um Romão e no piano de Luizinho. O
resto é cocorocagem. A galera que toca
nesse disco é um time impressionante. Os arranjos são de Luiz Eça, Waltel
Branco, Cipó, Osmar Milito e Paulo Moura. Tá bom ou quer mais?
1964 – Tamba Trio “Tempo” – com a participação do violão de
Durval Ferreira, considerado o melhor violão de centro da época, se é que vocês
me entendem.
Vamos aqui fazer uma revelação homenagem: o Tamba Trio, no
começo, foi um “Tamba 4”, pois Durval Ferreira, “O Gato”, esteve sempre presente
nas primeiras bolachas do Tamba.
1964 - Hélcio sai do grupo (ficou no grupo de 1964 a
1968). Não sei por que saiu. Convidam Ohana.
1965 - Compacto duplo do Tamba Trio.
1965 - Compacto duplo do Tamba Trio.
1965 – “Luiz Eça e Cordas”. É o Tamba Trio com arranjos de
cordas de Luiz Eça sem voz. Discão. Sem voz, sempre foi melhor. O Tamba não
cantava bem.
1965 – Nara Leão “O Canto Livre de Nara”.
Participação de Luiz Eça e Dorival Caymmi.
1965 – Edu Lobo “Edu Lobo por Edu Lobo”.
1965 - “5 Na Bossa” com o Tamba Trio, Edu Lobo e Nara Leão.
Gravado ao vivo no Teatro Paramount em São Paulo. Esse show depois foi para a boate
Zum-Zum junto com o Quinteto Vila Lobos. Casa lotada, claro. Também tocaram com
essa formação no teatro Santa Rosa, na Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema.
O Tamba sempre gravou
a rapaziada nova que chegava: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Francis Hime, Durval
Ferreira, Ivan Lins, João Bosco, João Melo, Dori Caymmi, Edu Lobo, Tom e Dito,
Marcos e Paulo Sérgio Valle, Milton Nascimento, Gonzaguinha, etc.
1965 – LP “Bossa for Swingin’ Lovers” e “Bossa Nova Meets
USA. Essa é a “Ipanema Pop Orchestra” com arranjos de Luiz Eça, Maestro Cipó e
Eumir Deodato. Disco raro, feito para o mercado americano. Não foram apenas
esses os discos do grupo, tem mais por aí. J.T. Meireles e K-Ximbinho, além de
tocarem, também contribuem com arranjos para esses discos.
1966 – Edu Lobo “Reencontro”.
1966 – Quarteto em Cy “Som Definitivo”.
Novamente o Tamba Trio (Luiz Eça, Bebeto e Ohana) na área,
com arranjos de Luiz Eça. Nesse disco Luiz consegue colocar o Quarteto em Cy
pra cantar. Ufa!
1966 – “Vinícius: Poesia e Canção Vol. 1 e Vol. 2.
Luiz Eça só faz alguns arranjos para esse disco. Que eu
saiba, não tocou nada.
Não tenho esse disco.
1966 – Muitos shows. É lançado o disco “Tamba Trio”.
Luiz Eça, Bebeto e Ohana na pista outra vez.
1966 – Tamba Trio “Brasil Saluda México”.
A empresa aérea Varig patrocinava grandes músicos no México.
Esse mesmo disco também foi conhecido por lá com o nome de “La Chica de
Ipanema”. Cocorocagem em outra língua. Mas todos tem que garantir o leite do
caçula. Em 1974 eles voltam a gravar discos com o patrocínio da Varig.
O México, na época, era uma grande vitrine para o músico brasileiro.
Muita gente se deu bem por lá. Já falo sobre isso.
Nesse mesmo período, por iniciativa do Governo Federal e
direção de Hermínio Belo de Carvalho, vários artistas se apresentam no Olympia
de Paris. Tamba Trio, sucesso total.
1967 – Casa de Vinícius de Moraes.
Por iniciativa do jornalista Nelson Mota, é reunido na
cobertura da casa de Vinícius de Moraes, no Jardim Botânico, RJ, a nata da MPB da
época com o intuito de resgatar as marchinhas de Carnaval, até então em
decadência. Após os comes e bebes, mais bebes do que comes, o pessoal esquece o
que fora combinado e cada um toca a sua vida. Pelo que eu saiba não saiu nenhuma
“Mamãe eu quero”.
Na foto, primeira fila: Edu Lobo com Lenita Plocyneska
(esposa de Luiz Eça), Tom Jobim, Torquato Neto, Caetano Veloso, Capinam,
Paulinho da Viola, Sidney Miller, Zé Kétti, Eumir Deodato. Segunda fila: Olívia
Hime, Luiz Eça, João Araújo, Dori Caymmi, Chico Buarque de Holanda e Tuca. Na
frente: Francis Hime, Nelson Motta, Vinícius de Moraes, Dircinha Batista, Luiz
Bonfá e Braguinha. Tem gente na foto que não é da música.
1967 – Quase toda a Bossa Nova se muda para São Paulo,
embalada pelo “O Fino da Bossa”. Inúmeros programas ao vivo foram realizados
nessa época em Sampa e transmitidos pela televisão, principalmente pela TV
Record. As noites de “Sampa” fervilhavam. Parece que todos os músicos se
mudaram para São Paulo. Inúmeras boates com música ao vivo, diversos shows,
bares abertos até o romper da madrugada. São Paulo respirava música de boa
qualidade. Depois vieram os festivais, com as músicas de protesto, que adotaram
alguns desses grandes músicos. Outros ficaram por lá após esse frenesi musical.
Em meados de 1960, São Paulo era a Meca da Música.
1967 – Milton Nascimento “Travessia”.
Nesse seu primeiro disco, Milton conta com a participação do
Tamba Trio (Luiz Eça no piano, Ohana na bateria, Dório no baixo e Bebeto na
flauta). Como vocês podem notar, o Tamba Trio era Quatro. O arranjo,
orquestração e regência são de Luiz Eça.
As músicas “Travessia” e “Morro Velho” tiveram seus arranjos
vocais e de cordas adaptados por Luiz Eça para os arranjos originais que Eumir
Deodato fizera para o Festival Internacional da Canção de 1967. Esse Milton é
um cara de sorte.
Com esse disco Luiz ganhou, na Venezuela, o prêmio de melhor
Arranjador do Mundo. Milton ganhou como melhor cantor.
1967 – Filme e Disco “Garota de Ipanema”.
Baba. Filmezinho cocoroca querendo faturar algum em cima do
nome “Garota de Ipanema”. A própria Garota, a original, já estava casada, nem
aparece na fita. É um filme que conta no elenco com os maiores canastrões e
bebuns de plantão das noites do Rio. João Saldanha aparece como o pai da Garota.
Francamente! O Tamba comparece, só não paga mico porque toca muito. Passou
perto.
1967 – O Tamba, junto com ”Orquestra de Cordas” e “Quinteto
Villa-Lobos” lança “Ana Margarida”.
O Tamba Trio (Luiz, Bebeto e Ohana) junto com o Quinteto
Villa-Lobos, com arranjos de Luiz Eça e regência de Mário Tavares. Já vi o disco, mas não tenho.
1967 – Forma-se o Tamba 4 com a entrada de Dório. Gravam,
nos EUA o LP “We and The Sea”.
Luiz Eça no piano, Dório no contrabaixo, Ohana na bateria e
Bebeto na flauta.
1968 – Lançam “Samba Blim”. Tocam no London House (Chicago)
e em outras casas menos badaladas. Estavam na crista da onda. Na plateia nada
menos que Oscar Petterson, Duke Ellington, dentre outros cobras. Após dessa
excursão Luizinho deixa o Tamba. Em seu lugar entra Laércio de Freitas,
pianista das noites paulistanas. Muito bom músico, mas sem a mesma pegada do
Luiz.
Luiz Eça piano, Dório no contrabaixo, Ohana na bateria e
Bebeto na flauta.
* Curiosidades.
Quem bolou as duas bolachas acima foi um tal de Creed Taylor
(CTI Records, I de Incorporated), através de sua gravadora Impulse. Segundo
Bebeto Castilho, Creed era um tremendo 171, já tinha aprontado até com Eumir
Deodato, velho de guerra. A Impulse deu cordas e estúdio a John Coltrane,
Charles Mingus, Archie Shepp e outras feras, inclusive Tom Jobim, Luis Bonfá,
Walter Wanderlei, João Gilberto e o próprio Deodato.
Deodato gravou seu grande disco “Prelude” pela CTI em 1972.
Venhamos e convenhamos: o velhinho era foda, conhecia os gênios. Lógico, que
nem todos nasceram para tocar só “Tico-tico-no-fubá”. Salve-se quem puder. Eu
sei que é complicado, mas, Coltrane, Mingus, Tom, João e Deodato apareceram nos
EUA pela CTI.
Nesse período americano, Luizinho é convidado para ministrar
aulas como professor convidado em universidades. Sua função seria formar
conjuntos musicais com a promessa de que após cinco anos seria considerado
cidadão americano. Luizinho caiu fora dessa baba. Assim como Ary Barroso, um
pouco antes, voltou ao samba. Luiz já tinha como sempre teve muitos alunos no
Brasil.
1968 - Tamba Trio.
1968 - Tamba Trio.
1968 – Luizinho volta ao Brasil. Chegando ao Rio, grava “Os
6 Mais Numa Imagem Barroca”. O lado A do LP é dedicado a Radmés Gnatalli e o
lado B a novos compositores. Disco raro. Ainda não tenho. Mas estou na pista. A
capa é essa aí.
Luiz Eça e Radamés Gnattali homenageiam os 6 mais:
Chico
Buarque, Milton, Johnny Alf, Dori Caymmi, Sidney Miller e Milton Nascimento.
1968 – Cynara e Cybele.
Arranjo de Luiz Eça para a música “Januária”, de Chico
Buarque de Holanda.
As demais músicas foram arranjadas por Dory Caymmi.
* Curiosidades.
Na década de 1960 o mundo queria conhecer o
Brasil. A Bossa Nova foi o passaporte: todos queriam gravar e conhecer a
novidade. Foi o período de maior autoestima do povo brasileiro, principalmente
da classe média cocoroca. Luizinho sempre foi o principal anfitrião de todos
esses figurões. Primeiro, porque tocava muito e já era conhecido lá fora,
segundo, porque falava fluentemente diversas línguas. Além disso, a boa música
aproxima as pessoas.
* Outras curiosidades:
01 – Kim Novak – Nessa época, ela tinha filmado “Beija-me
Idiota”, “Servidão Humana” e “Uma Vez Por Semana”. Chapa quente. Era
considerada a mulher mais bonita do mundo. Jorginho Guinle tava pegando. Chegou
ao Rio querendo gravar música brasileira com Luiz Eça. O grande Luiz
alegou que estava febril e dispensou o mico.
02 – Brigitte Bardot – Teve contato direto com Luizinho. Foi
amor à primeira vista. O francês, a paixão por Búzios, as praias desertas, o
violão, tudo isso aproximou os dois. Chegou a frequentar a casa de Luiz. Pelo o
que eu sei, não rolou nada. Ficou só no “Maria Ninguém”.
03 – Chet Baker esteve no Rio em companhia de João Donato (Ui!)
e bateram uma bolinha com Luiz Eça. Já imaginaram. Em Nova York Chet Baker ia
visitá-lo com frequência. Noites de loucuras. Pula.
04 – Tony Bennett - Fizeram uma apresentação improvisada no
Chico’s Bar, na Lagoa.
05 – Luiz Eça e John Mandel moraram juntos em Los Angeles,
EUA.
06 – Miles Davis foi assistir Luiz Eça em Los Angeles e lhe
pediu o arranjo da música “The Dolphin”. Logo depois, Luiz foi assistir a uma
apresentação do negão, se apresentou como o dono da tal música, e o cara deu
uma esnoba dizendo que não o conhecia, Luiz segurou o choro. Mas durante o show
Miles toca “The Dolphin” e dá uma piscadela pro Luiz. Aí, ele chorou mesmo. Luiz
Eça nunca soube do seu real valor, ele sempre foi muito mais músico e
arranjador que Miles. Sem controvérsias.
07 – Durante temporada de Michel Legrand no Hotel Maksoud,
Luiz Eça e esposa são convidados para assistir ao show. Convite de boca,
chegando ao local: fila na porta, casa lotada, sem ingresso; nada feito. Nesse
momento aparece o próprio Michel e chama o casal pra entrar e anuncia que só
começa o show quando Luiz estivesse ao seu lado no piano. Começam com “You Must
Believe in Spring”, depois atacam de Bach, Ravel, Mozart, Bela Bartok.
Estava duro na época. Eu sabia desse show. Já pensou, com
Luiz Eça de Brinde?
08 - Luiz Eça e Luiz Carlos Vinhas. O Tamba Trio fez o seu primeiro
show na Rua Duvivier (Beco das Garrafas). Luiz Carlos Vinhas já era outro
monstro, só não sabia ler as bolinhas, só intuição. Luiz e Vinhas dividiram
diversos pianos na noite, tocaram juntos. Não sei de nenhuma notícia sobre
briga, inveja e outras cocorocagens que rolam entre os músicos de hoje. Noites
no Flag (Copacabana), depois, noites no Chiko’s (Lagoa). Muitas noites.
09 - Muitos músicos iam para os EUA aprender harmonia,
orquestração e regência. Lalo Schifrin (grande pianista argentino, radicado nos
EUA) dizia: “vocês são muito burros. Chegam aqui para aprender harmonia quando,
o mestre da harmonia está no Brasil. Todos nós aqui estamos estudando Luizinho
Eça”.
10 – Luiz Eça sempre foi grato a seus
mestres: Chiquinho, Vidal, Valdinho, Chuca-Chuca, Garoto, Radamés e Bené Nunes.
Bené sempre chamava Luizinho para ir a sua casa mostrar algumas coisas. Bené,
um gênio, autodidata, não lia música, tocava de ouvido. Ele sempre queria saber
como Luizinho desenvolvia determinado tema e copiava. Bené sempre protegeu o
seu garoto. Bené dizia pra Luizinho: “se você errar uma nota dê um sorriso e
faça de conta que nada aconteceu”. Vida de músico.
11 – Luiz Eça gravou muita coisa com
Egberto Gismonti que nunca saiu em disco. Chegaram a tocar juntos no SESC
Pompéia, São Paulo. Esquece, nunca foi gravado.
12 – Além de toda produção musical, Luiz
Eça deu aula até perto de sua morte.
1969 – Joyce “Encontro Marcado”.
Esse disco foi produzido por Nelson Mota e os arranjos e
orquestrações ficaram a cargo de Luiz Eça. A Joyce está irreconhecível nessa
capa. Depois melhora. Em todos os sentidos.
1969 – Trilha Sonora Original da Novela da TV Globo “Véu de
Noiva”.
Na realidade, Luiz Eça só aparece nessa fita tocando uma
música de César Camargo Mariano “Tema de Luciano”. Esse disco é antológico, só
tem fera, vale a pena conferir.
1969 – Festival Internacional da Canção da TV Globo, RJ.
“Três minutos para um aviso importante” de Novelli e Luiz Eça.
1969 – Boate Le Bilboquet. SP. “Show Nous”. Com Darlene
Glória, peitinho de fora, gataça. Não estava lá, mas deve ter sido bom.
1970 – Luiz Eça & Sagrada Família – “Onda Nova no Brasil”.
Luiz Eça volta ao Brasil. Após longa temporada nos E.U.A.
monta o Grupo Sagrada Família e excursiona pela México. Só viajandão. É muita gente nesse disco:
Maurício Maestro, Claudio Roditi, Bill Voguel, Zeca, Ion Muniz, Gege, Wilson
Simonal, Ângela Viana, Joyce, Nelson Ângelo, Naná Vasconcelos e Luiz Eça. Seria
um disco impossível hoje.
1970 - Trilha Sonora Original da Novela da TV Globo “Verão
Vermelho”.
A música de abertura de Nonato Buzar com o piano de Luiz Eça
é de arrepiar. Só tem fera nesse disco. Saudades. Muito bom mesmo. Recomendo.
1970 - Trilha Sonora Original da Novela da TV Globo “Irmãos
Coragem”.
Nesse disco aí, Luiz Eça divide os arranjos com Waltel Branco
e Dory Caymmi. É a mais fraca das três trilhas. Os arranjadores são de
primeira, as músicas é que não são lá essas coisas.
Anos 1970 - Tamba Trio.
Anos 1970 - Tamba Trio.
1970 – “Luiz Eça Brasil 70 Especially Recorded for Export –
Made In Brazil”.
Disquinho raro esse aí. No repertório: Dori Caymmi, Paulinho Tapajós, Roberto e Erasmo, Milton,
Jorge Ben, Egberto Gismonti e outros.
1970 – “Luiz Eça, Piano & Cordas volume II”.
Luiz Eça grava Garoto “Duas Contas”, uma de suas maiores
admirações.
Luiz sempre teve muitas admirações. Ele admirava tanto as
pessoas que às vezes esquecia o seu próprio talento. Era um neurótico como
todos nós. Alguns nem tinham tanto talento assim, mas Luiz nunca jogou ninguém
pra baixo. Admirável. Poderia falar de alguns pavões que ainda andam por aí, mas
prefiro ficar calado.
1971 – Osmar Milito “...E Deixa o Relógio Andar”.
Discão. Além de Osmar Milito (irmão de Hélcio Milito do
Tamba Trio), que já é uma fera sozinho, imagina tocando com Pascoal Meirelles,
Marcos Valle, Oberdan Magalhães, Marcio Montarroyos, Altamiro Carrilho,
Copinha, Mauro Senise. Chico Batera, Quarteto Forma, com arranjos de Luiz Eça,
que ainda toca uma flautinha aqui e ali. Chapa quente.
1971 – Cláudio Cavalcanti “Cláudio Cavalcanti”.
Nesse disco, Cláudio Cavalcanti declama algumas poesias e canta
alguns sucessos do momento: “Menina”, Minha Namorada”, “Ne Me Quitte Pas”, etc.
Também leva “Let It Be” do Beatles. Arranjos de Luiz Eça.
1971 – Luiz Gonzaga “O Canto Jovem de Luiz Gonzaga”.
O canto é jovem, mas o disco é do velho Gonzagão, comemorando
os seus 60 anos, com arranjos de Luiz Eça.
1972 – LP “Vanguarda” com o Quinteto Vila-Lobos.
Os arranjos são de Luiz Eça. Na realidade é uma coletânea
dos discos “Cada Qual Melhor”, com Astor e Seu Conjunto, de 1961 e “Vanguarda”,
de 1972.
As pessoas me perguntam quais são os componentes do Quinteto
Villa-Lobos. Tomem nota: Carlos Rato na flauta, Braz Limonge no oboé, Gonzaga
Carneiro no clarinete, Carlos Gomes na trompa e Airton Barbosa no fagote. Boa
música para vocês.
Arranjos de Luiz Eça com o Tamba Trio dando uma força. Tem
participação especial de Paulo Mendes Campos. Vejam vocês.
1973 - A Bolha "Um Passoa à Frente"
Grupo de Rock Progressivo dos anos 70, formado por Pedro Lima (guitarra, harmônica e vocal), Renato Ladeira (órgão Hammond, guitarra e vocal), Gustavo Schroeter (bateria), Lincoln Bittencourt (baixo e vocal).
Esse disco conta com a participação de Luiz Eça, Ion Muniz, Tomás Improta. Os arranjos vocais ficaram a cargo de Maurício Maestro.
1973 – João Bosco “João Bosco”.
Nesse disco o Tamba Trio está completo, com Luiz Eça, Bebeto
e Hélcio Milito. Arranjos de Luiz Eça e Rogério Duprat. É o início de uma
carreira de sucesso de João Bosco.
Temos aí Gay Vaquer nas guitarras, Jane Duboc nos vocais,
Luiz Eça nos teclados, Paulo Moura no sax e flauta, Novelli no baixo, Everaldo
Ferreira e Bill French na bateria e percussão. Não tenho esse disco, não
conheço, tirei do Google. Se alguém tiver, me manda. Pelo time, deve ser bom.
1974 – Hermínio Bello
de Carvalho “Sei Lá”.
Disco do poeta, compositor, produtor e muito mais, lenda da
música popular brasileira. A regência e orquestração ficam por conta de Luiz
Eça. É difícil achar esse disco na praça. Eu não tenho. Se alguém tiver e puder
me ceder uma cópia, agradeço.
1974 – Simone “Quatro Paredes”.
Disco produzido por Hermínio Belo de Carvalho, com arranjos
de Luiz Eça.
1974 – Tamba Trio "Tamba".
Luiz Eça, Bebeto e Hélcio Milito.
1975 – Tamba Trio "Tamba Trio".
1975 – Antônio Carlos e Jocafi “Ossos do Ofício”.
Essa nova dupla baiana, mais uma, conta com grandes músicos
e arranjadores: Luiz Eça, Alberto Arantes e Ivan Paulo.
1975 – César Costa Filho “De Silêncio em Silêncio”.
O Tamba Trio está em peso nessa bolacha aí. Luiz, Bebeto e
Hélcio Milito.
1975 – Edson Frederico “Edson Frederico e a Transa”.
Nesse disco, Luiz Eça entra apenas com os arranjos de
“Lígia”, de Tom Jobim. O Edson Frederico é que arrebenta. Morreu cedo. Uma
pena. Gostaria muito de falar desse grande músico, mas, aqui, não é o momento.
1975 – O Tamba original se desfaz. Só voltaria a tocar
juntos em 1980, em Fortaleza. Foi um convite do jornalista Lúcio Brasileiro, no
seu jubileu de 25 anos de jornalismo.
1975 – Especial da TV Globo, realizado em 31 de março com
Sérgio Mendes e o seu grupo Brasil 77. Nesse programa o pianista toca com
antigos companheiros: Jorge Bem, Luiz Carlos Vinhas, Luiz Eça, Paulo Moura,
Pedro Paulo, Aurindo e outros.
1975 – Com o fim do Tamba Trio, Luiz Eça passa a tocar no
Chico’s Bar, na Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro. Essa casa se torna a
sua “sala de visitas”. É ponto de encontro de músicos e cantores. Grandes
noites. Grandes músicos: Johnny Alf, Leny Andrade, Rose Sanson, Edson
Frederico, Cidinho, Nana Caymmi, Luiz Alves, Ricardo do Canto, Idriss Boudrioan,
Luiz Carlos Vinhas, José Bicão, etc.
Era o ponto de encontro no fim de noite de todos os músicos
que se apresentavam no Rio: Lisa Minelli, Michel Legrand, Carmem Mac Rae, Bill
Evans (tem uma fita dos dois juntos no Chico’s e que depois virou disco
pirata), Tony Bennett, Fred Cole, Bruce Cassady, Nelson Freire, Burt Bacharach,
etc. Com Burt Bacharach, quem estava presente, afirma que foi humilhante (tenho
certeza que não foi premeditado); a diferença entre os dois era gritante. Como
compositor Burt Bacharach é fantástico, eu gosto muito, mas na noite, cheio de
músicos cascudos, já vindo de outros trabalhas na madrugada, os gatos são
pardos. Fora os músicos brasileiros da pesada que começavam a fazer sucesso no
Brasil e lá fora. Imagina Luiz Carlos Vinhas no mesmo piano acompanhando Lisa
Minnelli doidinha. Rolhas de champagne nas noites do Chico’s. Muito chique.
Chico Recarey, o dono do point e da noite, tremendo
canastrão, tinha um restaurante ao lado, era o “Castelo da Lagoa”. Quase todo
turma “antenada” e personalidades da sociedade na época frequentou os dois
ambientes. Jantava-se no Castelo e ouvia-se Luiz Eça e seus convidados no
Chico’s Bar. Bons tempos. Muitos levavam óculos escuros para se proteger do sol
da manhã da Lagoa. “É de manhã...”
Uma engraçada: George Shearing foi se encontrar com Luiz Eça
no Chiko’s Bar para colocar o papo em dia, e é convidado para dar uma canja.
Durante a interpretação da música “Invitation” os presentes fazem aquele
silêncio de concerto. Nesse momento Chico Recarey entre no bar, vê a cena e
fala pro Luiz: seu Eça, tira o cego do piano que vai foder com a sexta-feira da
minha casa. Um gentleman.
Mais uma engraçada: Pelé, no auge da fama, resolve dar uma
canja com Luiz ao piano. No final da desastrosa apresentação Pelé propõe
gravarem um disco. Luiz educadamente falou: “já pensou se eu resolvo jogar
futebol”. Pano rápido. Coisas da noite.
Luiz Eça no Chiko’s Bar. Totalmente à vontade.
1976 – Bebeto Castilho “Bebeto”.
Nesse disco Bebeto está acompanhado da sua turma: Luiz Eça,
Hélcio Milito, Durval Ferreira, Laércio de Freitas e outros.
1976 – João Bosco “Galos de Briga”.
É um disco impressionante pela quantidade de feras que
participam dessa bolacha. Nunca vi no Brasil nada igual. Basta dar uma olhada
na contracapa do vinil. Luiz Eça comanda essa galera ao piano e nos arranjos.
Recomendo. Esqueci dizer: o grande Radames Gnattali também faz alguns arranjos.
Timaço. Quem não tem esse disco, corra pra loja, pois já saiu em CD. Ou baixe
na rede mesmo, que o João e o Aldir nem devem estar esquentando mais.
1976 – LP “Laços”.
Com Hélio Delmiro, Luizão Maia, Marcio Montarroyos, Claudio
Caribé. É um disco sobre a poesia de Fernando Pessoa recitada por Marcos Paulo.
Disco da década 1970. Entenderam?
1976 – LP “A Cruz e a Rosa”.
Nesse disco, o ator Carlos Alberto (ator e galã da TV Globo na década de 1970) lê mensagens filosóficas relacionadas à Ordem Rosa Cruz. A trilha sonora do disco é de Luiz Eça. Sem comentários.
1976 – LP “Antologia do Piano”.
Luiz Eça interpreta músicas de grandes compositores, como
Zequinha de Abreu, Radamés Gnatalli, Ary Barroso e Johnny Alf. Agora sim, sua
turma.
Nesse disco Luiz Eça toca “Melancolia” sua primeira
composição.
1977 – Maria Creusa “Meia Noite com Maria Creusa”.
O time de arranjadores desse disco é impressionante: Luiz
Eça, Antônio Adolfo, Waltel Branco, Geraldo Vespar e Luiz Claúdio. Músicos: essa
turma aí de cima e mais Rildo Hora, Hélio Delmiro, Luizão Maia, Wilson das
Neves, Paulinho, Everaldo, Carlinhos Pandeiro de Ouro, Laércio de Freitas, José
Roberto Bertrami, Edson Frederico, Darcy, Ed Maciel, Joãozinho, Manoel Araújo e
Sílvio. Timaço. Outro disco impossível, caríssimo, para os dias de hoje. E olhe
que a Maria Creuza nem era a Elis Regina. Me desculpe, Maria Creuza.
1977 – Tom e Dito “Tom & Dito”.
Tem Luiz Eça aí. Mais uma dupla baiana (de novo). Tem
“Tamanco Malandrinho”, uma música gostosa, mas os malandrinhos não foram muito longe. Vale o registro. Não é um disco ruim.
1979 – Wilson Simonal “Se todo Mundo Cantasse Seria Mais Fácil Viver”.
1979 – Wilson Simonal “Se todo Mundo Cantasse Seria Mais Fácil Viver”.
Simonal já não era mais “O Cara”, mas Luiz Eça deu uma força pra
sua volta. Infelizmente, não deu. Paciência.
1979 – Bill Evans, após um concerto com o seu trio na Sala
Cecília Meirelles, RJ, vai ao encontro do amigo Luiz Eça. A gravação desse
memorável encontro foi realizada em uma fita K7. Acabou virando um disco,
1979 – Luiz se casa com Fernanda Quinderé, sua amiga, e seu
grande amor desde a infância. Os dois, já no terceiro casamento e cheios de
filhos “Os seus, os meus e os nossos”. Luiz sempre teve que trabalhar muito.
1980 - 2o Festival Internacional de Jazz de São Paulo.
Evento realizado no Palácio das Convenções do Anhembi.
Nele desfilaram gênios do estilo como John McLaughlin, Tony Smith, Larry Coryell & Philip Catherine, Dizzy Gillespie, Taj Mahal, Patrick Moraz, Hermeto Paschoal, Egberto Gismonti, Chick Corea, Joel Farrel, Stan Getz, Al Jarreau, Peter Tosh, Milton Nascimento, Nivaldo Ornellas, Benny Carter, Jazz at the Philarmonic, Raul de Souza, Djalma Correa, George Duke, Etta James, Ray Brown, Zimbo Trio, Luiz Eça, Helio Delmiro, Márcio Montarroyos, Wagner Tiso, Victor Assis Brasil. Outro destaque foi Astor Piazzolla.
1980
– "Uma Noite No Chiko’s Bar"
O Chiko’s Bar era um bar na Lagoa Rodrigo de Freitas, RJ, de
propriedade de Chico Recarey (“O Rei da Noite”). Era ponto de referência de boa
música e de encontros memoráveis nas décadas de 60 e 70, tanto de músicos
brasileiros quanto de grandes nomes do jazz internacional de passagem pelo Rio.
Esse disco é uma coletânea de alguns desses encontros. Foi lançado inicialmente
em vinil, mas já saiu CD.
Temos aí João Alves, Ricardo de Castro, Leny Andrade, Edson
Frederico, Luiz Alves, Luiz Eça, Nana Caymmi, Ricardo do Canto, Johnny Alf. A
maioria, frequentador assíduo das noites do Chiko’s. Até o sol nascer, diga-se
de passagem. Eram assim as noites do Rio.
Anos 1980 – Tamba Trio toca no Biblo’s Bar, antigo bar da
Lagoa de Flávio Ramos.
1980 – É inaugurado o Bar Mistura Up, na Rua Garcia D’Ávila em
Ipanema. Luiz tocou com muita gente boa nesse espaço, alguns deles seus alunos.
O último show de Luiz nessa casa foi ao lado de um de seus alunos, Marinho
Boffa, a dois pianos. Não assisti, mas deve ter sido um grande momento, pois o
aluno também é uma fera. O show se chamava “Ao Mestre com Carinho”. Tudo a ver.
Depois o “Mistura Up” virou “Mistura Fina” e se mudou para a Lagoa. O nível se
manteve o mesmo, lá em cima.
1982 – Tamba Trio “Vinte Anos de Sucesso”.
Disquinho bom. Luiz, Bebeto e Hélcio Milito em forma novamente,
e sempre. Último disco do Tamba gravado
em estúdio.
1982 – Dori Caymmi “Dori Caymmi”.
Luiz Eça toca cravo na música “O homem, o mar e a serra”. Só
isso.
Esse disco também é muito bom.
1982 – Joanna – Especial MPB da TV Globo “Uma Canção de
Amor”, contou com a participação de Luiz Eça, Gonzaguinha, Cauby Peixoto,
Emílio Santiago e Nana Caymmi.
1983 – “Patápio Silva”. Gravado ao vivo na Sala Funarte, Rio de Janeiro, RJ.
Para quem não conhece, Patápio Silva (1880-1907), é considerado o maior flautista do Brasil e talvez do mundo. Era um virtuose, tanto no erudito como no popular. O seu popular era o choro. Além de flautista era compositor requintado.
Nesse disco tem a participação de Luiz Eça, Altamiro Carrilho, Galo Preto e a
Banda do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro. Justa a homenagem. Disco raríssimo. Como
tudo que presta no Brasil, é raríssimo.
Uma daquelas coletâneas encontrada nas Lojas Americanas nas
décadas de 80 e 90. Nada de novo aí. Vamos em frente.
1983 – De 13 a 24 de setembro. Luiz Eça, Luiz Alves e
Robertinho Silva, na Sala Funarte, Rua Araújo Porto Alegre, Rio de Janeiro. Já
era o Grupo “Triângulo”.
Esse disco nunca saiu no mercado. Foi patrocinado pela
Petrobras e destribuido gratuitamente, em homenagem ao músico, que foi também um grande gravador de jingles.
A turma que participa dessa gravação é impressionante, inclusive Luiz Eça.
1984 – Ivan Lins “Juntos”.
Nesse disco Luiz Eça toca apenas piano, os arranjos são de
Gilson Peranzzetta. É uma mega produção. Tem até George Benson como convidado
especial. Vale a pena dar uma conferida.
1984 - Luiz Eça
1984 - Luiz Eça
Luiz Eça, Luiz Alves e Robertinho Silva
1984 – Luiz Eça – Luiz Eça, Luiz Alves e Robertinho Silva.
Lilian Carmona. Tenho um filme completo dessa galera. Vou tentar colocar aqui na pista.
1985 – “Triângulo”
Com Luiz Alves no contrabaixo e Robertinho Silva na bateria.
Gravado ao vivo na Sala Cecília Meirelles, em julho de 1985. Perdi essa.
1986 – “Pra Tanto Viver”. Com Pery Ribeiro.
Os dois já se conheciam há muito tempo. Muita afinidade.
Muito bom esse disco. Recomendo.
1987 – Rildo Hora “O Tocador de Realejo”.
Luiz Eça participa em duas músicas (“Xengo” de rildo Hora e Humberto Teixeira, e “O Ovo” de Hermeto Pascoal) nesse
bom disco do Rildo Hora.
1987 – Marinho Boffa “Marinho Boffa”.
Outro aluno. Não só Luiz Eça contribui com esse disco, temos
também Nico Assumpção e Leo Gandelman na fita.
1988 – Mauro Senise “Mauro Senise”.
Luiz Eça aparece como músico e arranjador nas músicas
“Tristeza de Nós Dois”, “Weekend” e “Alegria de Viver”. Essa última de Fernanda
Quinderé e Luiz Eça.
1988 – “Luiz Eça - Jerzy Milewski Ensemble” - Duas Suítes
Instrumentais”.
Jerzy Milewski é um violinista polonês radicado no Brasil e naturalizado brasileiro.
Amante da música brasileira.
Nesse disco todas as músicas são composições de Luiz Eça,
divididas em duas suites. O contrabaixo fica a cargo de Luiz Alves e a bateria
com Robertinho Silva.
1989 – Robertinho Silva “Bodas de Prata”.
Luiz Eça está nesse disco. Não tenho.
1989 – O Tamba Trio, com Luiz Eça, Bebeto e Ohana volta a se
apresentar juntos na casa noturna People, no Leblon, RJ. O Tamba convida todos
os músicos amigos para tocarem juntos. Se não me engano era “Luiz Eça Convida”,
ou coisa assim.
Convida”: Dori Caimmy, Ivan Lins, Claudia, Quinteto
Vila-Lobos, Rosinha de Valença, Sivuca, Altamiro Carrilho, Mauro Senise,
Robertinho silva, Luiz Alves, Nico Assunção, Paulinho Trompete, Nivaldo
Ornellas e todos que estavam tocando na noite, acompanhando alguém iam para lá
levar um som. Essa era uma das muitas turmas de Luiz Eça. Sempre em casa com a
sua turma.
O People, no Leblon, e o Mistura Fina, na Lagoa, fecharam as
portas da boa música no Rio de Janeiro. Triste. As noites do Rio nunca mais
foram a mesmas. Em 1992 Luiz Eça faleceu.
Como não se pode mais beber e não se pode mais fumar em ambientes fechados, hoje, o
People seria inviável também. Cocorocagem. Abraços.
1991 - Luiz Eça Trio
1991 - Luiz Eça Trio
Luiz Eça, Luiz Alves e Ricardo Costa
1992 – “Encontro Marcado- Luiz Eça e Maria Pettersen”
Esse disco foi gravado ao vivo na casa Au Bar, na Lagoa
Rodrigo de Freitas, RJ. Os arranjos são de Luiz Eça. Maria Peresen é uma
cantora dinamarquesa que já havia gravado diversos clássicos da música
brasileira. Mais uma. apaixonada pela boa música brasileira.
1997– “Luiz Eça e Victor Assis Brasil”.
É uma gravação ao vivo de Luiz Eça e Victor Assis Brasil no
Museu de Arte Moderna – RJ, 1973, lançado muitos anos após a morte dos
parceiros. Loucura isso. Só no Brasil dois gênios lançam disco depois de
mortos. Depois reclamam. Victor faleceu em 1981 e Luiz em 1992.
2002 - "Reencontro"
2004 - Michel Legrand e Luiz Eça
2002 - "Reencontro"
Homenagem. A nata da música interpretando Luiz Eça.
2004 - Michel Legrand e Luiz Eça
É uma homenagem de Michel Legrand a Luiz Eça.
Alguns alunos de Luiz Eça:
Leandro Braga, Paulo Mallagutti, Mario Boffa, Um Carvalho,
Mario e Chico Adner, Cláudio Dauelsberg, Délia Fischer, José Lourenço, Roberto
silva, Marcos Leite, Alberto Rosemblit,, Márvio Caribelli, Leila Pinheiro,
Maúcha Adnet, Paula Morelembaun, Mariana de Moraes, Edu Morelembaun, João
Mendonça, João Carlos Coutinho, João Carlos braga, Marlice Machado, Marcos
Peixoto, Moema Campos e tantos outros. Não tive esse privilégio. Mas, o meu professor de piano, Luiz Alves, foi aluno de Luiz Eça. Fui seu aluno por tabela. Carlinhos Lyra
e Sivuca também andaram pedindo uma ajuda.
Essa lista aí de cima seria interminável, pois Luiz Eça sempre deu aula. Não sei se sempre precisou disso, acho que era uma paixão.
Considerações finais.
Comecei estudar piano aos 10 anos. Embora gostasse muito do instrumento, as escala intermináveis me entediavam. A música e a matemática, e aquele sol, e aquela praia ali fora, como conciliar? Todos meus amigos na rua e eu praticando escalas. Cheguei a fazer algumas audições, como se dizia na época, mas não resisti, a praia foi mais forte. Desisti.
Comecei estudar piano aos 10 anos. Embora gostasse muito do instrumento, as escala intermináveis me entediavam. A música e a matemática, e aquele sol, e aquela praia ali fora, como conciliar? Todos meus amigos na rua e eu praticando escalas. Cheguei a fazer algumas audições, como se dizia na época, mas não resisti, a praia foi mais forte. Desisti.
Aos 15 anos descobri o violão, amor à
segunda vista. Fácil de carregar. Cantou “Andança”, sempre uma gata se apaixona.
Descobri o samba. Com os conhecimentos de piano clássico, o violão se tornou
presa fácil. Nunca mais ouvi falar em piano.
Aos 40 anos comprei um teclado. Foi como se
renascesse um grande tesão por uma antiga namorada “o arquipélago das sardas,
nas costas nuas, que loucura”.
Fiz um curso de “Leitura e Percepção”, dois
anos de “Harmonia” e um ano de “Arranjo”. Quase uma faculdade.
Não fui um bom aluno, pois trabalhava durante o dia, matei muita aula, mas
descobri que meu professor de piano (Luiz Alves) tinha sido aluno de Luiz Eça e
isso mudou tudo. Eu já conhecia Luiz Eça desde os discos de vinil dos meus tios
mais velhos que deixaram aquelas bolachas para mim. Comprei um pick-up usado e
coloquei pra rodar. Fiquei maluco: “esse cara é um monstro”.
Hoje tenho uma bandinha aqui em Búzios, formada
por coroas da 3ª Idade que toca jazz e bossa-nova. Alguns acordes de 11ª e 13ª me fazem lembrar
Luiz Eça.
Meus amigos mais velhos afirmam que o Tamba Trio tocou em
Búzios. Infelizmente não tenho esse registro. Se alguém souber de alguma coisa,
me avise. Agradeço.
Referências:
- O livro “Bodas da Solidão”, de Fernanda Quinderé,
sua última esposa, foi à base para todas as passagens dessa pequena história de
Luiz Eça. Os detalhes da sua vida pessoal não tem interesse aqui. Quem quiser
saber mais, compre o livro, vale a pena.
- Outra fonte de consulta é a dissertação
de mestrado de Paulo César Signori, UNICAMP, 2009 – Tamba Trio: A trajetória
histórica do grupo e análise de obras gravadas entre 1962-1964.
- Também foram consultados os livros de Ruy
Castro “Chega de Saudade” e “A Onda que se Ergueu no Mar”.
- A maioria das fotos foi extraída do livro
“Bossa Nova História, Som e Imagem” da Editora Spala, 1995. Esse livro vem acompanhado de um CD. É difícil achar.
Para encerrar.
A obra de Luiz Eça é muito maior do que coloquei aqui. Como se diz: é apenas a ponta de um iceberg.
Para encerrar.
A obra de Luiz Eça é muito maior do que coloquei aqui. Como se diz: é apenas a ponta de um iceberg.
3 comentários:
Na primeira foto, meu tio e padrinho, o pianista Jacques Klein vendo o Luiz Eça tocando.
Bacana o comentário. Quem é você?
Olá sou produtora musical e mulher de Igor Eça, filho e herdeiro musical do Luiz. O único que herdou de fato seu talento.
Em 2017, realizamos uma homenagem aos 80 anos do Luiz e foi gravado um CD e DVD o vivo ( será lançado agora este nao)em um dos shows que fizemos o lançamento do cd.
O CD chama EM CASA com Luiz Eça e teve a participação de Edu Lobo, Dori Caymmi, Toninho Horta e Zé Renato, ale´de um quarteto de mestres instumentistas. Saiu pelo selo Biscoito Fino.
Acho que vale acrescentar no seu blog.
qualquer coisa estou a disposição.
Meu email: dlobo@dgdesign.com.br
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