Filho de imigrantes italianos, um dos 17 filhos (é muita gente), todos músicos, começa a estudar música com o irmão mais velho Vicente.
Aos 10 anos já participa de grupos de rodas de choro, serenatas e reuniões de músicos, hábito que conservaria durante toda a vida.
Em 1924 já se apresenta como músico profissional, acompanhando filmes mudos no Cine República, em São Bernardo do Campo, SP.
Em 1925 continua os estudos de flauta. Em seguida, começa a tocar no Cine Brás Politeama, no bairro paulistano do Brás até a introdução do cinema falado em 1930. Durante esse período se apresenta nos mais diversos locais como flautista, continuando carreira como clarinestista e saxofonista,
Em 1928 começa os estudos de sax.
Ainda em 1930, estuda com Alberto Lazzoli no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Por essa época. Apresenta-se algumas vezes na Rádio Paulista ao lado do compositor e violonista Garoto ("Duas Contas", etc). Com os violonistas Aimoré, Armandinho, Garoto e o cantor Moreira da Silva, grava nesse ano, seu primeiro disco e organiza a Orquestra Irmãos Cópia, integrada por seus irmãos Vicente, o líder, Alexandre, Joaquim, João, Cláudio e Osvaldo, dois sobrinhos, Dito e Roberto Giamelaro, além de músicos que participam esporadicamente, como o trombonista Carioca. Nessa orquestra, em que era solista e arranjador, atuam como crooners Nuno Roland, Grande Otelo e Rui Rei. O grupo teve atuação frequente até 1934.
Depois de concluir o curso de engenharia, chega a exercer a profissão por curto período, continua a trabalhar com orquestras e atuar em rádios.
De 1931 a 1932 toca com a orquestra "Juca e Seus Rapazes" na Rádio Record.
Em 1931 vai para a Alemanha com o "Quarteto de Spartaco Rossi".
Em 1932 atua na "Companhia de Revista Margarida Max", no extinto Cassino Antártica, em São Paulo, e também no teatro Santana, acompanhando Mário Reis e Francisco Alves.
Em 1933 apresenta-se na Rádio Cruzeiro do Sul com a "Orquestra Colúmbia", dirigida pelo maestro Gaó.
Em 1936, a convite de Gaó, passa a integrar a "Orquestra da Rádio Ipanema", começando sua carreira no Rio de Janeiro/RJ. Nesse mesmo ano, apresenta-se em escolas de danças, tocando ao lado de Pixinguinha na Orquestra do "dancing" Eldorado.
De 1937 a 1939, volta a atuar com a Orquestra Eldorado da Rádio Cruzeiro.
Nas décadas de 1930 e 1940 participa de acompanhamentos de gravações de diversos cantores, entre eles Sílvio Caldas, Carlos Galhardo, Carmem Miranda, Nuno Roland, Rui Rei, Ciro Monteiro, Odete Amaral, Dircinha Batista, Araci de Almeida e Orlando Silva.
De 1939 a 1943 atua no Cassino do Copacabana Palace com a "Orquestra de Simon Bountman".
De 1944 a 1946 atua nos Cassinos da Urca (Orquestra de Carlos Machado), Icaraí, Niterói, RJ, e Quitandinha, Petrópolis, RJ (Orquestra de Paul Morrys).
Em 1946 organiza a sua própria Orquestra, que tocou até 1959, no Cassino do Copacabana Palace Hotel.
Em 1957 Tom Jobim o convida para participar da gravação que lançaria um novo cantor – João Gilberto.
Nesse período da Bossa Nova, atua como flautista em quase todas as gravações realizadas por diversos cantores novos.
Na década de 1960, porém, as mudanças na indústria fonográfica, no rádio e na TV forçam o desaparecimento de várias orquestras, cujo custo de manutenção é elevado demais quando comparado aos custos de pequenos conjuntos. Isso acerta em cheio a carreira de Copinha, que é centrada em sua orquestra. Ele fecha sua orquestra, indo trabalhar nas orquestras da TV Tupi e da Rede Globo.
Nos primeiros anos da década de 1960, trabalha na TV Rio, na Rádio Nacional e na TV Globo.
Em 1966, com sua Orquestra, a Copinha do Rio, apresenta-se em Mônaco, no Cassino Monte Carlo, e, no ano seguinte, com um conjunto integrado por Dom Salvador (piano), Sérgio Barrozo (contrabaixo), Chico Batera (bateria) e ele próprio (flauta, sax e clarineta), tocam em Miami, Dallas e Minneapolis, EUA.
Em 1972 passa a integrar a "Orquestra da TV Globo", tendo sido em toda a sua carreira um dos músicos mais requisitados para gravações. Acompanha cantores e compositores, como Paulinho da Viola, Chico Buarque, Caetano Veloso, Roberto Carlos, Gilberto Gil e outros em excursões ou shows.
Em julho de 1975, comemorando o cinquentenário de sua carreira, grava o LP Jubileu, na Som Livre, com acompanhamento da Orquestra da TV Globo.
Apesar de sua discrição e de seu papel de acompanhante, Copinha sempre foi respeitado pelos grandes músicos. Hermeto Pascoal lhe fez uma homenagem com a composição "Salve, Copinha", gravada no disco "Brasil Universo" (1988).
Copinha tem menos de 20 composições gravadas, a maioria nos seus próprios discos. São quase todas obras tradicionais, românticas, típicas das serestas.
O trabalho do instrumentista e arranjador está presente em três discos de Paulinho da Viola para os quais escreveu os arranjos: "Nervos de Aço", "Memórias Cantando" e "Memórias Chorando", dois discos de canções e um instrumental.
Copinha teve duas carreiras distintas: a das orquestras e grandes conjuntos, e a de instrumentista em pequenos grupos, ou acompanhando grupos e cantores.
Se Altamiro Carrilho é o nome mais conhecido da flauta brasileira, Copinha é provavelmente a flauta mais escutada. Embora fosse chorão benemérito, de carteirinha, com registro em interpretações antológicas, e assinando algumas composições, a carreira de Copinha não se restringe ao choro. Ele é dotado de imensa versatilidade que, aliada ao invejável bom gosto, o fez um músico requerido para fazer as flautas de acompanhamento de cantores de diversos estilos. Em vários dos grandes álbuns de cantores e compositores brasileiros está lá a flauta de Copinha, em magníficas introduções e inteligentes contrapontos. Assim, quem quer que seja que tenha um pouco de apreço pela música brasileira, e um mínimo de memória, será capaz de cantarolar um frazeado da flauta de Copinha, ainda que não tenha a menor ideia de quem tenha sido o flautista. O exemplo clássico é a abertura, em solo de flauta, de "Chega de Saudade", de João Gilberto,
E assim, acontece com centenas de músicas, arranjadas e "enflautadas" por Copinha, o que faz dele um músico muito escutado, porém pouco conhecido, porque músicos nem sempre têm o reconhecimento que efetivamente merecem.
A limpeza do som, o estilo chorado, a economia de notas e, acima de tudo, a interação com os outros instrumentos ou com a voz, a flauta de Copinha está sempre integrada ao conjunto sonoro, e mesmo quando sola não ignora o acompanhamento.
Copinha era a alegria personificada. Fumava uns 3 maços de cigarro por dia. Certa tarde de ensaios no Teatro do Parque (Recife), ele em pé junto ao microfone, flauta em punho, aquele espalhafato de pontas de cigarros pelo chão do palco, Paulinho Da Viola, em tom de brincadeira chama-lhe a atenção: - "Ô Copinha, veja a sujeira que você fez! Não tem educação?" Ele responde na bucha, com aquela voz tonitruante de tacho rachado: - "Educação eu tenho. O que me falta é um cinzeiro!"
Copinha faleceu um dia depois de completar 74 anos, no dia 4 de março de 1984, um domingo de carnaval.
Nem todos os homens são normais: alguns são músicos.
Não para. vou ficar a noite toda colocando disco de Copinha.
Obs.: É impossível colocar aqui a discografia de Copinha. Precisaria de no mínimo um mês, com dedicação exclusiva. Com certeza iria faltar alguma coisa. Vou deixar isso para os biógrafos profissionais.
1 comentários:
Por favor, existe alguma foto dos Irmãos Copia no Trianon da Avenida Paulista?
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